Solenidade acontece, na quarta-feira, às 12h15, com acompanhamento de Coral e Orquestra. O evento mariano é um convite à renovação e à preparação para o Ano Jubilar da Igreja Católica
Na quarta-feira, dia 1º de janeiro, às 12h15, a Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores realiza a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, para iniciar 2025 com um “espírito novo” e de preparação para a abertura do Ano Jubilar da Igreja Católica. A celebração será presidida pelo Padre Victor Hugo do Nascimento, e deve contar com muitos coroinhas, procissão de entrada, polifonia sacra e liturgia bem cuidada, características da Irmandade de comerciantes.
“A Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus nos convida a guardar e honrar a Palavra, assim como a nos prepararmos para receber em nossos corações as mensagens que Cristo tem para nos passar ao longo do próximo ano”, explica o Provedor da Irmandade, Dr. Cláudio André, conhecido por um vídeo que fez no mês passado sobre a história da igrejinha, que acabou viralizando.
A celebração contará com o acompanhamento do Coral e Orquestra Astorga, da famosa cantora soprano Juliana Sucupira, que tanto embeleza e enaltece as liturgias presididas na Igrejinha da Rua do Ouvidor, 35, onde todos os sábados e domingos, num evento que já entrou para o calendário turístico e religioso da cidade, são celebradas Missas Solenes com Coral e Orquestra. Ao badalar dos sinos – recém restaurados – que anunciam o final de cada celebração, o samba começa a tocar em toda a rua do Ouvidor.
A Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, transcorrerá em grande estilo, utilizando a prataria sacra da Irmandade, do século XVIII, inclusive as relíquias desaparecidas que foram recuperadas em recente ação da Polícia Federal.
A programação da Igreja aos sábados e domingos, durante o período das festas de fim do ano, transcorrerá normalmente, com as celebrações das Missas Solenes, com coral e orquestra, sendo realizadas ao meio-dia. Depois da Missa, a exposição museológica que conta a história da igrejinha construída em 1743. A igreja da Padroeira dos Comerciantes do Rio não abrirá no dia 31.
Papa Francisco abre a “Porta Santa” da Basílica de São Pedro
Na última noite de Natal, o Papa Francisco deu início ao Jubileu Ordinário de 2025, ao abrir a “Porta Santa” da Basílica de São Pedro, no Vaticano. O ritual acontece a cada 25 anos, quando a Igreja celebra um Jubileu Ordinário em honra do Mistério da Encarnação – presença humana e divina de Jesus Cristo no mundo. A tradição, que remonta ao ano de 1300, por iniciativa da espiritualidade popular, acabou sendo incorporada aos ritos oficiais da Santa Igreja há 725 anos.
As celebrações dos jubileus têm origem bíblica; Livro do Êxodo, no qual está prescrito que, a cada 50 anos, o sonho de ter uma terra para construir uma coletividade baseada na fé e na caridade deveria ser cultivado por todos os cristãos. O Ano Jubilar reafirma o dever dos cristãos de construir uma sociedade com base no amor a Deus e ao próximo. Todas as mudanças, nesse sentido, representam uma extrema alegria, um verdadeiro júbilo para os ideais de Jesus Cristo e da Igreja Católica.
Para o atual Ano Jubilar, o Santo Padre escolheu como tema: Peregrinos de Esperança, uma vez que no coração de cada pessoa há sempre uma expectativa e um desejo profundo pelo bem. Na Bula de proclamação do Jubileu, o Papa Francisco explica que, quando olhamos para o mundo nos defrontamos com uma realidade complexa e conflituosa, que nos leva a sentimentos contrapostos: “desde a confiança até o medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida […] há pessoas desanimadas que olham para o futuro com ceticismo e pessimismo, como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade”, disse Francisco, acrescentando, a partir da Carta ao Romanos 5,1-2.5, que “a esperança não decepciona”, pois “nasce do amor e funda-se no amor que brota do coração de Jesus trespassado na Cruz”, completou o Sumo Pontífice, na Bula.
Solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus
Primeira festa mariana, a Solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus surgiu na Igreja Ocidental, para substituir o costume pagão, que se contrapunha às celebrações cristãs. A fé no dogma da concepção virginal de Maria, por meio da qual aquele que, desde sempre, era o Verbo Eterno de Deus, deu origem ao título da celebração, também em contraposição ao paganismo.
O dogma foi discutido os Concílios de Nicéia, em 325; e de de Constantinopla, 381, os quais se dedicaram a responder o mistério da consubstancialidade de Deus uno e trino: Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Sobre esse mistério, o bispo Santo Atanásio afirmou, no século IV: “A natureza que Jesus Cristo recebeu de Maria era uma natureza humana. Segundo a divina Escritura, o corpo do Senhor era um corpo verdadeiro, porque era um corpo idêntico ao nosso”.
Isso, faz de Maria irmã da humanidade, por sermos todos desdentes de Adão, não invalidando, portanto, a Divindade de Jesus Cristo, e sem corromper a Trindade Santa. Dessa forma, a Igreja proclama um único Deus no Pai e no Verbo, com a Santíssima Virgem sendo aclamada a Mãe de Deus.
Em 431, no terceiro Concílio Ecumênico, Maria Santíssima foi proclamada Mãe de Deus, em grego, Theotókos. Trata-se de um título não explícito nos textos dos evangelistas, os quais afirmam “a Mãe de Jesus” e “Ele é Deus” (Jo 20,28; cf. 5,18; 10,30.33); sendo Maria, em todo caso, apresentada como Mãe do Emanuel, que significa Deus conosco (cf. Mt 1,22-23).
No Concílio de Éfeso, em 431, Igreja, ao proclamar Maria “Mãe de Deus, professa a sua fé no Filho e na Mãe, dando origem à união sagrada. Com a maternidade divina de Maria, os sacerdotes evidenciavam a fé na divindade de Cristo. Desde então, cristãos de todo o mundo honram a maternidade sagrada de Maria, reverenciando-a como a Virgem Santa, Mãe de Deus.
Serviço:
Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus
Missa Solene com Coral e Orquestra
Quarta-feira, 1º de Janeiro, 12:15
Celebrante: Padre Victor Hugo do Nascimento
Rua do Ouvidor, 35
Estacionamento próximo: Menezes Côrtes, Prédio da Bolsa de Valores, Atrás do CCBB
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