Solenidade aconteceu, na quinta-feira (24), na Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no Centro da cidade. A Ordem tem como missão sustentar iniciativas em favor da presença cristã na Terra Santa
A comunidade Católica do Rio de Janeiro recebeu, em visita oficial, realizada entre 22 e 24 de outubro, o Cardeal Dom Fernando Filoni, Grão-Mestre da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém (OESSH). O religioso esteve na Tenência Brasil / Rio de Janeiro, para investir novos Cavaleiros e Damas da Ordem milenar.
Entrevista à Web TV Redentor, da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (ArqRio), sobre a investidora de novas integrantes à Ordem milenar, Dom Fernando Filoni afirmou:
“É uma emoção. Estou verdadeiramente feliz de estar no Brasil. É a minha segunda casa. Na cerimônia nomeamos Cavaleiros e Damas que têm a responsabilidade de sustentar, ajudar e dar a sua própria contribuição pela Terra Santa”, disse o religioso.
No dia 22, terça-feira, o Cardeal do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, acolheu o Grão-Mestre da Ordem e a sua comitiva no Palácio Episcopal de São Joaquim, localizado no bairro da Glória, na Zona Sul da Capital. Em depoimento à ArqRio, Dom Orani, que é o Grão-Prior da Ordem do Santo Sepulcro no Rio de Janeiro, disse:
“Essa é a consciência de que a Igreja, Mãe de Jerusalém, deve receber o nosso carinho, as nossas orações e a nossa ajuda. Claro, de quem entra para a Ordem, que é Pontifícia, espera-se uma vida de conversão e de participação na própria caminhada como Igreja”, comentou o líder da Igreja Católica do Rio de Janeiro.
Na quarta-feira, dia 24, Cardeal Dom Fernando Filoni participou de uma série de reuniões. Às 17h30, o religioso liderou o momento mais solene da programação, a Vigília D’Armas, celebrada pelo próprio Cardeal, na Igreja Nossa Senhora da Glória do Outeiro, também localizada na Zona Sul da cidade.
A Vigília tem um caráter preparatório dos novos investidos, antecedendo a cerimônia oficial que marca a sua entrada na Ordem. Emocionados, os participantes, religiosos e leigos, comentaram a importância do momento em suas vidas.
O Padre Gleuson Gonçalves Farias Gomes, Vigário da Paróquia Santa Rosa de Lima, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, afirmou:
“Sem dúvida, a Ordem do Santo Sepulcro tem uma tradição tão bonita na vida da nossa Igreja. Nos propondo uma espiritualidade tão forte, que é a essência da nossa fé: a Ressurreição. Para mim, foi uma grande Graça poder participar da Ordem”.
O vice-presidente da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE-RJ), Elmair Neto, ressaltou:
“Você poder participar de uma Ordem, que é milenar e atuante no Rio de Janeiro há tantos anos, com tantos personagens da sociedade civil, que são promotores do bem, é uma grande lisonja e privilégio.
No dia 24, quinta-feira, foi a realizada a cerimônia oficial da investidura das Damas e Cavaleiros do Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém, na Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no Centro da cidade. A cerimônia consolida a presença histórica da Ordem no Brasil, em especial na capital fluminense.
Em 2024, a solenidade contou com as presenças do Governador Geral da Ordem, o Embaixador Leonardo Visconti di Modroni e do Vice-Governador para América Latina, Henrique Mass.
Integram a Ordem personalidades proeminentes da sociedade carioca, como o Diretor-Geral da Sérgio Castro Imóveis e Provedor da Igreja Nossa da Lapa dos Mercadores, Cláudio André de Castro; o jornalista Aristóteles Drumond; o jornalista e coordenador da Rádio Vaticano e do site Vatican News, Silvovei José; e a atriz e socialite Antônia Frering; filha de Carmen Mayrink Veiga, que foi Lugar Tenente, no passado.
A Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém:
Instituição leiga da Santa Sé, a Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém tem registro documental pouco conhecido. Pela tradição, a entidade teria como origem a Ordem dos Cônegos da Santo Sepulcro, após Godofredo de Bouillon ter libertado Jerusalém do domínio mulçumano na Primeira Cruzada. Com a vitória, Cavaleiros de diversas nacionalidades firmaram votos de obediência para defender o Santo Sepulcro.
Em 1103, o rei cruzado, Balduíno I de Jerusalém, tornou-se superior da Ordem dos Cônegos do Santo Sepulcro, com prerrogativas de nomear Cavaleiros. Tal faculdade ficaria a cargo do Patriarca Latino de Jerusalém, em caso de ausência do monarca. Dentro dos quadros da Ordem cabia aos Sargentos, uma espécie de milícia eleita dentro da Cruzada, a defesa do Santo Sepulcro e dos Lugares Santos.
Com o fim da Primeira Cruzada, em 1114, Arnolfo de Choques, Patriarca de Jerusalém, obrigou os cônegos a viverem encerrados em comunidades sob a regra de Santo Agostinho, além de outras normas ditadas pelo Papa Calisto II. Ele também deu mais espaço às mulheres com a criação de uma divisão feminina.
Após o desaparecimento do Reino Cristão de Jerusalém, a Ordem ficou sem um superior, cabendo à alta autoridade religiosa na Terra Santa, a Custódia da Terra Santa, liderada pelos Franciscanos, a nomeação de novos Cavaleiros.
O Papa Inocêncio VIII chegou a extinguir a instituição, em 21 de março de 1489, através da bula Cum Solerti Meditatione, repassando os seus bens e propriedades aos Hospitalários. Em 1496, a bula de Inocêncio VIII foi revogada pelo Papa Alexandre VI, que resgatou a Ordem, que seria agora subordinada ao Vaticano. Seus bens, no entanto, não foram reavidos.
Em 1847, o Papa Pio IX restabeleceu o Patriarcado, com a entidade voltando a custodiar o Santo Sepulcro e concentrando as funções de sustento das obras do Patriarcado Latino de Jerusalém e da propagação da fé cristã.
A partir de 3 de agosto de 1888, as mulheres passaram a ter acesso à Ordem através do Braço de Damas, após a publicação das cartas apostólicas Venerabilis Frater Vicentius pelo Papa Leão XIII. Em 1098, o termo Militar foi substituído pelo Equestre no nome da Ordem.
Em 8 de julho de 1977, o Papa Paulo VI aprovou a nova constituição da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, que passou a ter os seguintes propósitos: Prática da vida cristã; Custódia e manutenção da fé cristã na Palestina; e Defesa dos direitos da Igreja Católica na Terra Santa.
O Papa João Paulo II, em 1996, elevou a dignidade da Ordem à Associação Pública de Fiéis, com personalidade canônica e civil.
Atualmente, a Ordem faz contribuições à Universidade de Belém, escolas, asilos, dispensários, hospitais e outras instituições na Palestina.
Fonte: Diário do Rio
Abaixo: Cerimônia de investidura na Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém – Reprodução Web TV Redentor
Notícias de Seropédica, do Brasil e do Mundo
Deixe a sua opinião sobre o post