“A celebração da Santa Missa”
25 de novembro de 2023

Sobre as vestes sacerdotais: Na administração dos sacramentos, o ministro sacro deve estar devidamente paramentado, pois age in persona Christi

“Acelebração da Santa Missa”: este é o título da obra de Dom Anselmo Chagas de Paiva, OSB, monge sacerdote do mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro (RJ), sábio canonista e profícuo escritor.

Ainda que reconheçamos não ser um tema novo, pois outros autores já o trataram (cf. Pe. Luiz Cechinato. A missa parte por parte, da Vozes, que, em 2015, chegou à 47ª edição, Pe. Bruno Rossi e este irmão, na segunda parte da obra Dominus vobiscum, de São Pedro Damião, da Cultor de Livros, em 2023, por exemplo), Dom Anselmo tem um modo especial de ensinar. Daí, vivamente recomendarmos mais este seu oportuno livro. Dito isso, passemos a alguns trechos da obra do monge canonista ora apresentado.

Sobre as vestes sacerdotais: Na administração dos sacramentos, o ministro sacro deve estar devidamente paramentado, pois age in persona Christi [na pessoa de Cristo]. “Nos sagrados mistérios, ele não representa a si mesmo e não fala expressando-se a si mesmo, mas fala pelo Outro, por Cristo. […] Este ato de ‘revestir-se de Cristo’, é representado sempre de novo em cada Santa Missa mediante o revestir-se dos paramentos litúrgicos. Vesti-los deve significar para cada sacerdote mais que um fato exterior: é entrar sempre de novo no ‘sim’ do encargo naquele ‘já não sou eu’ do batismo que a Ordenação sacerdotal dá de modo novo e ao mesmo tempo pede. O fato de um sacerdote estar no altar vestido com os paramentos litúrgicos deve tornar claramente visível aos presentes e a ele próprio que a sua presença ali indica estar ‘na pessoa do Outro’. As vestes sacerdotais, assim como se desenvolveram ao longo do tempo, são uma profunda expressão simbólica do que significa o sacerdócio” (p. 17-18). Tais vestes são descritas com detalhes, no mesmo livro, nas páginas 19-26.

Sobre a Liturgia da Palavra: A nossa Liturgia da Palavra católica foi estruturada a partir do modelo existente na sinagoga dos judeus. Os cristãos lhe apuseram “somente o Evangelho como terceira leitura, inicialmente um relato oral que, posteriormente, foi fixado por escrito” (p. 53). Em um tempo de certas homilias longas, fora da liturgia do dia etc., Dom Anselmo anota o seguinte: “Para alguns especialistas, a estrutura de uma homilia deve obedecer o seguinte caminho: Primeiro o pregador deve ter uma introdução ou exórdio, com o propósito de conduzir os ouvintes ao tema que será exposto. Ele deve estimular o interesse e a atenção, para que a homilia seja bem acolhida. Depois o sacerdote desenvolve o corpo ou a exposição da homilia. Esta é a parte mais importante, e, muitas vezes, divide-se em várias sessões onde se desenvolve em aspectos específicos de um único tema, formando uma unidade. Evidentemente, a preparação da homilia exige um tempo suficiente para fazer uma verdadeira leitura do texto, em um clima orante, para descobrir seu sentido original, mediante uma meditação pessoal do texto sagrado” (p. 74).

Sobre as formas de comungar: Escreve o monge sacerdote que “cabe ao fiel a liberdade de escolher o modo que mais lhe convêm na sua trajetória espiritual e na sua percepção religiosa. Parece abusivo que sacerdotes imponham uma ou outra maneira como se fossem os donos da interioridade das pessoas. Nada melhor que o respeito e a liberdade” (p. 150).

Outros pontos: Seria impossível apontar, aqui, todas as preciosidades litúrgicas e teológicas do livro. Importa, no entanto, notar que: a homilia é sempre função do ministro ordenado (bispo, padre ou diácono), não mera partilha comunitária (cf. p. 76); o Orate fratres (Orai irmãos…) é rezado em pé, não sentado (cf. p. 116); no Pai-Nosso, os fiéis leigos e eventuais diáconos presentes não deveriam abrir ou elevar as mãos. Este gesto é próprio do presidente da Celebração e dos concelebrantes (cf. p. 141); no Ato Penitencial da Missa, os fiéis podem, se quiserem, se ajoelhar (p. 52). Por sugestão, indicaríamos um maior uso de vírgulas em certas ocorrências de adjuntos adverbiais e, na página 116, a colocação do verbo unir (“une-se”) no plural.

Só nos resta parabenizar Dom Anselmo e a Editora Benedictus por mais esta obra a auxiliar imensamente a formação do povo de Deus no que toca à Santa Missa.

Fonte: Aleteia

Mais informações aqui.

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