De acordo com a lenda, a cidade seria construída e totalmente banhada a ouro dentro da selva habitada por seres com rostos no peito.
Não é segredo para ninguém que a Amazônia é o local das famosas lendas das cidades futuristas perdidas. Geralmente, essas cidades perdidas têm associação ao ‘El Dourado‘, pelas suas riquezas e tecnologias superiores às que conhecemos atualmente. Entre elas, existe uma antiga cidade, com tesouros, banhada por ouro, chamada de ‘Cidade de Ouro dos Incas’, mais conhecida como a Cidade de Paititi.
A primeira vez que se ouviu falar dessa lenda, foi em 1995, divulgada pelo arqueólogo Oscar Nunez del Prado. Segundo ele, acredita-se que ela tenha sido fundada pelo herói Inkari, que emergiu das águas do lago Titicaca e também fundou o Q’ero e Cuzco, após isso, passou a viver o resto de seus dias em Paititi.
Essa lenda é a que mais faz referência com a de ‘El Dourado’, além de possuir referências de algumas escritoras espanholas do século XVI. Quando os espanhóis entraram em Cusco, eles saquearam ouro e prata, mas eles só encontraram uma pequena parte do que existia na capital Inca. O verdadeiro tesouro de ouro nunca foi encontrado. Este tesouro foi escondido pelos Incas antes da chegada dos conquistadores.
Paititi está localizada no leste do Andes, escondida em algum lugar da Amazônia entre o sudeste do Peru, norte da Bolívia e sudoeste Brasil. Por isso, outras variantes da lenda dizem que Paititi era um refúgio Inca na zona fronteiriça entre a Bolívia e o Brasil.
E, entre elas, Paititi teria como capital uma cidade chamada Manoa (também conhecida como “a cidade dos telhados resplandecentes”).
Uma história passada pelos nativos aos conquistadores espanhóis, dizia que Paititi seria um reino encantado, perdido em meio às selvas, habitado por uma estranha raça de seres, adoradores do Sol, conhecido como Ewaipanomas. Os seres não possuíam pescoço e seus rostos eram encontrados na altura dos seus peitos. Os seus templos e palácios seriam construídos com o mais puro ouro.
Segundo as lendas, o chefe supremo dessa civilização seria um homem conhecido como ‘Príncipe Dourado’, com uma aparência brilhante, suas vestes e até mesmo o próprio corpo seriam recobertos de ouro, envolvidos pelas mais belas e valiosas joias. A descrição é feita pelo historiador Fernandes de Oviedo, em 1535.
A história acabou atraindo inúmeros exploradores e caçadores de tesouros. Desde 1925, cerca de 30 explorações foram realizadas ao longo do tempo em busca da fabulosa cidade. Até mesmo o fotógrafo de Adolf Hitler, Hans Ertl, esteve atrás dessa cidade e chegou a filmar um documentário de expedição chamado ‘Paititi’ em 1971. A expedição franco-americana nas montanhas peruanas, entretanto, teve um final trágico, com os três exploradores mortos pelos índios machiguengas que viviam na área.
Mas o que foi descoberto até então sobre essa suposta lenda?
A descoberta mais importante foi em 2001, quando o arqueólogo italiano Mario Polia encontrou o relato de um missionário chamado Andres Lopez nos arquivos do Vaticano. No documento, que data de 1600, Lopez descreve em grande detalhe, uma grande cidade rica em ouro, prata e joias, localizado no meio da selva tropical chamado Paititi pelos nativos. Lopez informou o Papa sobre sua descoberta e o Vaticano tem mantido em segredo a localização de Paititi por décadas.
O relatório mencionava que a cidade estaria localizada na região abrangida pelas densas e hostis Selvas Amazônicas. Os missionários Jesuítas daqueles tempos, liderados pelo Padre Andrea Lopez, teriam encontrado Paititi (descreveram uma cidade cercada pelo ouro, prata e pedras preciosas) e pediram, então, a devida permissão ao Papa para evangelizar os seus habitantes, o que foi negado e abafado pela Igreja Católica, escondendo ainda a sua localização, de modo a “evitar uma corrida do ouro ao local e, ainda, a eventual ocorrência de uma histeria em massa”.
A partir de 2001, uma equipe finlandesa/boliviana investigou a área da floresta por cerca de dois anos. Eles encontraram algumas ruínas perto de Riberalta, na Bolívia, que continha fragmentos de cerâmica inca, mas nenhum ouro, prata ou pedras preciosas.
Em 2002, uma equipe internacional com 30 pesquisadores liderados por Jacek Palkiewicz, após dois anos de expedição, anunciou a descoberta da cidade Inca de Paititi. De acordo com a lenda, a cidade está sob um lago, em um planalto coberto completamente por 4 km², com uma lagoa e uma espécie de rede de cavernas e túneis onde eles poderiam supostamente ser tesouros e vestígios de pré–construções incas. Isso indicaria que o lugar estava começando a ser ocupado pelos incas, mas foram incapazes de completar a sua tarefa de conquista na Amazônia por conta da chegada dos conquistadores espanhóis.
Em 2008, uma agência de notícias estatal do Peru informou que “uma fortaleza arqueológica” havia sido descoberta no distrito de Kimbiri e que o prefeito do distrito estava sugerindo que a tal fortaleza era a cidade perdida. Um explorador chamado Mayor Guillermo Torres, descreveu as ruínas de uma fortificação de aproximadamente 40 mil metros quadrados, perto de uma área conhecida como ‘Lobo Tahuantinsuyo’. A descoberta era um tanto curiosa, sem dúvida, mas especialistas não confirmaram e nem acreditaram que o lugar era de fato a lendária cidade.
Outras tentativas
Em 1984, o renomado explorador Greg Deyermenjian, começou a explorar a área norte e nordeste de Cusco. Em 1994, Ele e sua equipe se juntaram ao principal explorador do Peru, Carlos Neuenschwander, que já vinha realizando sua própria investigação sobre a cidade Paititi e sobre o planalto Pantiacolla desde os anos 50.
“Encontramos os restos muito ásperas e cariados de um Inca antigo, bem como uma morada, aparentemente, pré-inca, e fizemos uma primeira ascensão do outro pico tropical lendário, conhecido como ‘Llaqtapata’. No caminho de volta através das terras altas remotas e empoeiradas da Cordillera de Lares/Lacco, que tem vista para o Rio Paucartambo/Mapacho, passamos por locais incas impressionantes e finamente construídos, como Tambocancha e Uncayoc, que devem ter ao mesmo tempo guardado estas rotas”, descreveu Deyermenjian.
Já em 1995, os exploradores descobriram imensos picos, que pareciam chegar a uma altura bastante incomum para montanhas tropicais além dos Andes. O local inteiro estava protegido no que parecia ser um manto de vegetação verde. Infelizmente, não era a cidade perdida.
Em junho de 2012, um grupo liderado por Thierry Jamin, com a ajuda da empresa de imagens por satélite Astrium, encontrou uma montanha que correspondia às características às quais estavam buscando e seria a suposta cidade. Com expedições sendo realizadas desde 1998, o objetivo das primeiras missões do grupo foi explorar e documentar as misteriosas formas montanhosas captadas em imagens de satélite.
As fotos também encontraram pequenos lagos quadrados. Os índios Matsiguengas contaram à equipe de Jamin histórias de uma estranha montanha, com uma velha cidade pedregosa no topo. Durante as expedições de 2013 e 2014, a equipe de Jamin não conseguiu chegar ao topo da montanha. A selva na área é extremamente difícil de navegar e é perigosa para um grande grupo.
Em 2016, um grupo de expedição, liderado por Javier Pazo e Benancio Paravecino juntamente com um americano, um francês e um brasileiro, estava no meio da Amazônia peruana em busca de algumas ruínas desconhecidas. Entre eles, estava o explorador Gregory Deyermenjian. O grupo estava seguindo um caminho conhecido como “Caminho de Pedra”, uma rota de fuga que levaria a um refúgio quase inacessível usado pelos incas para se protegerem do jugo dos colonizadores espanhóis. Durante a trajetória, o grupo encontrou uma escadaria e símbolos.
“Não é uma estrada pavimentada, mas marcas com pedras que, embora não contínuas, indicam uma rota. O que eu sei é que na área da cordilheira de Pantiacolla há muitas regiões não documentadas e está associada na cabeça dos nativos com a lenda de Paititi”, disse Gregory.
As informações encontradas, entretanto, sobre a localização eram vagas, tanto nos documentos históricos quanto nos relatos das populações nativas. Existem interpretações distintas da origem da palavra e mesmo da região onde pode estar Paititi.
No ano de 2017, outro grupo de quatro expedicionários independentes encontrou, perdida na selva próximo da província de Calca, no Peru, uma antiga cidade inca. O local está a quatro dias a pé da cidade de Sacramento, passando por uma complexa região montanhosa de vegetação exuberante. Eles batizaram o local de ‘Posto avançado de Paititi’.
Eles encontraram terraços, muros e até mesmo casas que teriam pertencido à era pré-colombiana. Algumas autoridades locais mencionaram que as ruínas podem ser provas da cidade perdida de Paititi.
Os exploradores que fizeram a descoberta contaram à imprensa peruana que a existência do local era conhecida pelos anciões da região, que costumavam se referir apenas a uma cidade perdida na selva.
Fonte: Portal Amazônia
Notícias de Seropédica, do Brasil e do Mundo
Deixe a sua opinião sobre o post