Por volta de 1675, o destemido Francisco Dias Velho, acompanhado de sua família e companheiros, deu início à colonização da ilha, fundando o povoado de Nossa Senhora do Desterro, agora conhecido como Florianópolis, a majestosa capital de Santa Catarina.
Desterro, então subjugada à vila de Laguna, erguia-se como um bastião político na região. Mas, oh, os turbulentos mares do século XVII, onde cidades costeiras como esta eram alvos constantes de corsários e piratas de todas as origens! Uma nau inglesa, sedenta por água e necessitando de reparos, atraca na ilha do Desterro. Porém, quem os aguardava não era um mero espectador: era o Capitão Mor Francisco Dias Velho, o valente fundador da cidade. Com astúcia e bravura, capturou a nave e seus nefastos tripulantes, despojados de seus saques às vilas e embarcações portuguesas e espanholas. Confiscados, seus espólios foram entregues à Fazenda Real em 1687.
Mas o destino, com sua cruel ironia, conspirou contra Dias Velho e sua povoação. Um ano depois, os piratas que escaparam à justiça retornaram, semeando destruição e morte sobre as benfeitorias e o próprio fundador. Assim, em 1689, terminou tragicamente o legado de Francisco Dias Velho. Os habitantes, quase todos, desertaram – Desterro foi abandonada ao seu triste destino. E somente vinte e três anos depois, um novo vento soprou sobre a ilha, trazendo consigo o navegante francês Amadèe Frèzier, que encontrou os resquícios da civilização, liderado pelo intrépido lisboeta Manoel Manso de Avelar.
Hoje, onde outrora ecoaram os gritos da batalha, repousa a serena grandiosidade da Catedral Metropolitana de Florianópolis, erguida sobre os alicerces da história, onde o sangue de Dias Velho foi derramado pelas mãos dos piratas.
Notícias de Seropédica, do Brasil e do Mundo
Deixe a sua opinião sobre o post