História de Tiradentes, Líder da Inconfidência Mineira
21 de abril de 2022

Hoje comemoramos o dia de Joaquim José da Silva Xavier, conhecido na história como Tiradentes, foi enforcado e esquartejado no dia 21 de abril de 1792.

Tiradentes (1746-1792) foi o líder da Inconfidência Mineira, primeiro movimento de tentativa de libertação colonial do Brasil.

Ganhou a vida de diferentes maneiras, além de militar no posto de Alferes, foi tropeiro, minerador, comerciante e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o apelido de Tiradentes.

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Tiradentes, apelido de Joaquim José da Silva Xavier, nasceu na Fazenda do Pombal, no município hoje chamado Ritápolis, em Minas Gerais, no dia 12 de novembro de 1746.

O dia 21 de abril, dia da sua morte, é feriado nacional.

A Infância e Juventude

José da Silva Xavier era filho do português Domingos da Silva Santos, que se dedicava à mineração, e da brasileira Maria Antônia da Encarnação Xavier.

Foi o quarto filho entre sete irmãos. Com nove anos, Joaquim José ficou órfão de mãe e aos onze perdeu o pai.

Sobre o Apelido de Tiradentes

Tiradentes foi criado na casa do padrinho, o cirurgião Sebastião Ferreira Leite, que era especialista em arrancar dentes. 

José Joaquim não fez os estudos regulares e trabalhou como mascate e minerador. Aprendeu a arrancar dentes com o padrinho.

Tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o apelido de Tiradentes.

A decadência da mineração

Tiradentes trabalhou no transporte de mercadorias entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro com uma tropa de burros.

Nessa época o auge da mineração de Minas Gerais já havia passado e os portugueses acusavam o povo da colônia de burlar a coroa, quando estes diziam que as minas estavam esgotadas.

O Cargo de Alferes

Em dezembro de 1775, Tiradentes entrou para o Exército Colonial na 6.ª Companhia de Dragões da Capitania de Minas Gerais. Como era descendente de português teve o privilégio de ingressar nas armas já como oficial, sem passar pelos postos subalternos.

Tornou-se alferes e, em 1781, foi nomeado comandante da Patrulha do Caminho Novo, que ligava Minas Gerais ao Rio de Janeiro, por onde passava toda a produção de ouro e diamantes com destino ao porto, rumo a Portugal.

A Cobrança do Reino

Tiradentes começou a sentir a pressão do reino. Portugal exigia que grandes recursos humanos fossem aplicados exclusivamente na mineração, proibindo o estabelecimento de engenhos na região de Minas e punindo todos os contrabandistas.

Não só os mineiros, mas toda a população era obrigada a pagar elevados impostos, o que promovia um descontentamento geral.

Primeiras Ideias de Rebelião

Em 1787, Tiradentes pediu licença da cavalaria e seguiu para o Rio de Janeiro onde foi tentar vida nova. Elaborou projetos para construir armazéns no cais, para proteção e guarda das mercadorias, e projetou a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para melhoria do abastecimento de água da cidade e aguardava a liberação do financiamento. 

Tiradentes permaneceu um ano na capital. Nessa época, já pregava a liberdade da colônia. Em setembro de 1788, procurou o filho do capitão-mor da Vila Rica, José Álvares Maciel, que chegara recentemente da Europa e também alimentava os sonhos da independência.

A Organização dos Conspiradores

Em dezembro de 1788, terminada a licença, Tiradentes regressa a Minas Gerais. A chegada de um novo governador para a colônia, Luís Antônio Furtado de Mendonça (o Visconde de Barbacena), trazendo a incumbência de decretar a derrama, ou seja, a cobrança de todos os impostos atrasados, intensificou ainda mais o sonho de liberdade.  

Tiradentes passou a fazer propaganda, em Vila Rica e os seus arredores, a favor da independência do Brasil. A primeira reunião dos conspiradores ocorreu na casa do Tenente-Coronel Paula Freire.

A eles uniram-se o Padre Carlos Correia de Toledo e Melo – vigário de São João del-Rei, homem rico e influente -, e pessoas de certa projeção social, como Cláudio Manuel da Costa, poeta e antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, poeta e ex-ouvidor da Comarca e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador.

Os Planos Para Tomar o Poder

A Inconfidência Mineira, como ficou conhecida a rebelião – já que os revoltosos estavam negando fidelidade à Coroa portuguesa -, foi planejada. Um projeto de constituição chegou a ser efetivamente redigido.

A nova capital, sugerida pelos inconfidentes, deveria ser São João Del-Rei.

Tiradentes propõe que a bandeira da Nova República seja um triângulo vermelho com fundo branco, simbolizando a Santíssima Trindade. Alvarenga sugere a inscrição tomada ao poeta latino Virgílio: “Libertas quae sera tamen” – “Liberdade ainda que tardia”.

Bandeira Inconfidência Mineira

O Delator e a Procura por Tiradentes

No dia 15 de março de 1789, o coronel Silvério dos Reis, fazendeiro e minerador, introduzido no movimento, delata a conspiração em troca do perdão para as suas dívidas.

Nessa época, Tiradentes encontrava-se no Rio de Janeiro em busca de conquistar novos adeptos à causa revolucionária.

No dia 1 de maio, Silvério chega ao Rio, e vai em busca de Tiradentes.

A Prisão de Tiradentes

No dia 10 de maio de 1789, a casa de Domingos Fernandes da Cruz, onde Tiradentes se encontrava, foi cercada e Tiradentes foi preso.

Dias depois, em Vila Rica, os seus companheiros também foram detidos, e iniciou-se a investigação e o processo dos acusados. No dia 4 de julho, Cláudio Manuel da Costa foi encontrado enforcado na cela.

A condenação de Tiradentes

No dia 22 de maio, na primeira audiência da devassa, Tiradentes é interrogado. No dia 18 de janeiro de 1790, diante do quarto interrogatório, Tiradentes confessa a conspiração e assume toda a responsabilidade, como comprovam as atas do processo.

No dia 19 de abril de 1792, os inconfidentes receberam as suas penas: onze condenações à morte, cinco a degredo perpétuo e várias condenações à prisão. Todos perderam os seus bens.

A Morte de Tiradentes

No dia 20 de abril, a rainha D. Maria I concede a comutação da pena de enforcamento a todos os indiciados, exceto a Tiradentes.

Tiradentes foi enforcado no Largo da Lampadosa, no Rio de Janeiro, no dia 21 de abril de 1792. O seu corpo foi esquartejado, a sua cabeça exposta em Vila Rica e os seus membros espalhados em postes no caminho entre Minas e o Rio de Janeiro.

 

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