Cientistas japoneses da infame Unidade 731 testavam na instalação armas biológicas e infectavam homens, mulheres e até bebês com doenças mortais
Perto da cidade chinesa de Anda, arqueólogos encontraram o local de uma antiga instalação de pesquisa subterrânea onde cientistas japoneses conduziram experimentos com armas biológicas em seres humanos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
As informações foram divulgadas pelo site South China Morning Post no último dia 25 de maio. A descoberta do laboratório faz parte de uma pesquisa publicada na revista arqueológica chinesa Northern Cultural Relics.
A instalação foi o maior e mais usado local de teste da infame Unidade 731 do Exército Imperial Japonês, que realizou “alguns dos experimentos humanos mais brutais da história”, de 1935 a 1945, de acordo com o South China Morning Post.
Entre os experimentos cruéis realizados no local, estava a infecção de prisioneiros homens, mulheres e até bebês com doenças mortais e o teste de armas biológicas.
O ex-comandante Sakaki Hayao descreveu um experimento “extremamente cruel” alguns meses antes da rendição japonesa, em um depoimento ao tribunal militar especial de Shenyang em 1956. Ele disse ter visto pessoas amarradas a postes de madeira e expostas ao antraz por meio de bombas cheias de bactéria lançadas de aeronaves ou detonadas à queima-roupa.
A descoberta do laboratório subterrâneo pode levar a novas evidências não só sobre crimes de guerra, mas “também destaca o legado contínuo das atrocidades da Unidade 731 e seu impacto nos esforços globais para prevenir a guerra biológica”, segundo os autores da descoberta.
Os arqueólogos ainda não entraram na instalação, mas iniciaram sua pesquisa em 2019 com técnicas de prospecção geofísica e perfuração. Com isso, descobriram a 1,5 metro abaixo da superfície uma estrutura em forma de U, com cerca de 33 metros de comprimento e 20,6 metros de largura. Havia também uma sala de 5 por 3,8 metros no canto nordeste e um quarto circular de 3 metros de diâmetro na extremidade sudeste do aglomerado.
Queima de arquivo
O laboratório de Anda foi construído em 1941 e era cercado por arame farpado. Suas instalações incluíam uma pista, armazéns, quartéis, poços e estruturas metálicas triangulares usadas como alvos de bombardeio.
O local acabou sendo destruído quase completamente cerca de quatro anos depois, juntamente com outras instalações, para apagar as evidências de seus experimentos. A maioria dos edifícios foi aniquilada, exceto a pista.
Após a rendição do Japão, os Estados Unidos concederam imunidade aos líderes da unidade secreta e negaram conhecimento de seus experimentos. Na década de 1990, foi revelado que funcionários norte-americanos sabiam do programa e que dados da tortura no bunker foram usados para desenvolver armas biológicas na Guerra Fria em Fort Detrick, no estado de Maryland, nos EUA.
Fonte: Revista Galileu
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