No primeiro dia da operação decretada pelo governo federal, militares e forças de segurança atuam em vistoria minuciosa. No caso da Aeronáutica, em Guarulhos e no Tom Jobim, presença sequer foi notada
No primeiro dia de funcionamento da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos portos e aeroportos cariocas e paulistas, a Marinha fez um pente fino nos portos de Itaguaí e do Rio de Janeiro. Acompanhados dos agentes da Receita Federal (RFB) e da Polícia Federal (PF), os militares vistoriaram tudo o que entrava e saída das duas unidades. Em paralelo, fizeram patrulhas nas baías da Guanabara e de Sepetiba abordando embarcações para conferir documentação.
“A segurança está em crise. Nos portos, não têm tanto trânsito como nas outras operações de GLO”, explicou o vice-almirante Renato Rangel Ferreira, comandante dos Fuzileiros Navais, na primeira avaliação das ações.
“Isso está sendo intensificado na área dos portos, que não é atribuição da Marinha. Mas, agora, estaremos operando, sempre que possível articulados com os órgãos de segurança pública e agências, além de Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Receita Federal”, afirmou o capitão de fragata Rodrigo Fernandes, porta-voz da GLO.
Os aeroportos internacionais de São Paulo (Guarulhos) e do Rio de Janeiro (Tom Jobim/Galeão) operaram normalmente. A presença da Aeronáutica não chamou a atenção dos passageiros que passaram pelos terminais. Os militares atuaram na área de manobra de aeronaves e no setor de movimentação de bagagens com cães farejadores em busca de drogas e munição. O apoio foi dado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), PF e RFB.
“O intuito é uma parceria com esses órgãos para degradar a capacidade daqueles atores que praticam algum tipo de ilícito”, explicou o major-brigadeiro do ar Luiz Guilherme da Silva Magarão, que coordena os militares da Aeronáutica. O decreto de GLO prevê a utilização das Forças Armadas até 3 de maio de 2024.
Congresso
Mas, na Câmara, um grupo de parlamentares da oposição pretende invalidar ou modificar a operação por meio de um projeto de decreto legislativo. O anúcio foi feito pelo deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CCSPO) da Casa.
“A GLO decretada pelo governo federal trará pouco resultado prático na queda dos índices de violência porque foi anunciada com prazo determinado de validade e com proibição de incursões e operações em áreas conflagradas, tomadas pelo narcotráfico e por milícias”, disse Sanderson, que integra da Frente Parlamentar da Segurança Pública, apelidada de “bancada da bala”.
O deputado considera, ainda, que é “muito suspeito incluir, na GLO, o estado de São Paulo e deixar fora a Bahia, cujos índices de violência urbana são os piores do país. Ficou a impressão de que há um componente político-partidário no processo”, acusa.
A Bahia é governada por políticos do PT há quase 17 anos. No ano passado, liderou o ranking de assassinatos no Brasil, com quase 7 mil homicídios, segundo informações compiladas pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Uma das polêmicas da GLO é que o governador Tarcísio de Freitas não a solicitou para São Paulo. Ele, porém, defendeu a operação em Santos e Guarulhos.
“Santos virou o principal entreposto do comércio internacional de drogas no Brasil”, reconheceu, para acrescentar: “Entendo que é um esforço para melhorar a segurança pública. A conquista da segurança vai demandar cooperação entre os entes federados. Enxerguei a medida como oportuna e transmiti isso ao governo federal”. (Com Agência Estado)
Fonte: Correio Braziliense
Fuzileiros na entrada do Porto de Itaguaí (RJ): trânsito de pessoas e veículos no complexo sofreu severa vigilância – (crédito: Ministério da Defesa)
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