“Este é ainda o primeiro dia do Tríduo pascal. O que Jesus realizou ontem nos ritos da Ceia, ele hoje realiza na dureza da Cruz: entregou-se totalmente por nós, consumou por nós a sua vida, numa total entrega ao Pai, para nos reconciliar com Deus. Hoje jejuamos e nos abstemos de carne. Hoje não se celebra a Eucaristia, mas, pelas 15 h, os cristãos se reúnem em Santa Assembléia para fazer memória da Paixão e Morte do Senhor. Que o dia de hoje, santíssimo, seja de silêncio, oração e penitência”.
Com a Igreja totalmente lotada centenas de pessoas acompanharam a Celebração nesta sexta-feira Santa (03), com inicio as 15:00 hrs e termino as 19:00 hrs, a Adoração do Senhor Morto na Cruz. Centenas de fiéis vieram participar da procissão onde foi velado simbolicamente o Corpo de Cristo. A Procissão iniciou na Capela Imaculada Conceição e São Frei Galvão, passando pelos Bairros Campo Lindo, atravessando o Beco do Sabão até chegar a Igreja São Jorge no Bairro Vera Cruz, um percurso de cerca de 1,5 km.
No inicio da Celebração o Padre Jefferson Silva Oliveira lembrou do sofrimento de Jesus Cristo, que foi Crucificado as 9:00 hrs da manha e deu seu ultimo suspiro as 15:00 hrs. Na homilia o Padre lembrou que suas mãos, seus pés foram perfurados com pregos, cada vez que ele se mexia na cruz, suas mão rasgavam, fazendo ele ter doloroso sofrimento. O Padre Jefferson fez o relato do julgamento de Jesus perante Pilatos. Há nele um momento que nos pede uma atenção especial.
“Hoje, Sexta-feira Santa, reunimos-nos para a celebração da Paixão e Morte do Senhor Jesus, através desta Solene Ação Litúrgica, exatamente às 15:00 h, hora em que provavelmente Jesus foi crucificado, A celebração é envolvida em grande silêncio. Em silêncio entramos na igreja, em silêncio ficamos prostrados, silêncio e prostração que ilustram a morte de Jesus. Sim, diante do enigma da morte, sobretudo da morte do Filho de Deus.
“Ele foi trespassado por causa das nossas culpas e esmagado por causa das nossas iniquidades. E o Senhor fez cair sobre Ele as faltas de todos nós.
Na cruz, Jesus Cristo ofereceu ao Pai o seu sacrifício, entregou-se por nós. Ela, a cruz, e as graças de que é portadora, chegou também a todos nós. No dia do nosso batismo, após dado a conhecer nosso nome, o sacerdote traçou o sinal da cruz na nossa fronte – a partir deste dia ficamos marcados para sempre pela cruz de Cristo, como sinal de vitória e salvação.
Desde que Jesus nela foi suspenso, a cruz tornou-se motivo de glória, centro de atração para todos os homens. Espalhou-se pelos quatro cantos do mundo – igrejas, casas, hospitais, escolas, túmulos – para também espalhar esperança e paz. E hoje, do alto da cruz, erguido perante o mundo e a história, Jesus continua chamando todos os homens de qualquer tempo ou lugar: seus braços continuam abertos convidando-os a contemplar Seu infinito amor.
Meditemos sobre a morte. Quem é esta senhora que nem poupou o Filho de Deus, morte que contradiz a sede de vida que há em cada coração?! Morte que desfaz planos, frustra sonhos, estabelece separação, deixa saudade! Para o nosso tempo que procura sucesso, acúmulo e aceitação, a morte representa o fim de tudo, realidade pouco aceitável.
Entretanto, a morte de Jesus trouxe sentido à morte cristã: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. Quem vê o Filho e n’Ele crê tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia (Jo 11,25; 6,40). Com sua ressurreição após a morte Jesus inaugurou o caminho da nossa ressurreição futura. Por isso que a morte é fonte de vida. Quem morre nasce para o grande encontro e o paraíso, nasce para a vida sem fim!
Antes do incio da Procissão do Senhor morto, foi feita a encenação da descida da da Cruz pelos acólitos. A procissão foi acompanhada de orações e cânticos. Na chegada a Igreja são Jorge foi realizado a adoração ao Senhor Morto, com o tradicional Beija Mão.
Conheça como surgiu a Festa de Corpus Christi
A Festa de Corpus Christi surgiu no séc. XIII, na Diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da Freira Juliana de Mont Cornillon, (†1258) que recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra do sacramento da Eucaristia.
Aconteceu, porém, que quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, aconteceu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.
O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia São Tomás de Aquino, informado do milagre, então, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, teria então pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.
Em 11 de agosto de 1264 o Papa emitiu a bula ” Transiturus de mundo “, onde prescreveu que na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor. São Tomás de Aquino foi encarregado pelo Papa para compor o Ofício da celebração. O Papa era um arcediago de Liège e havia conhecido a Beata e percebido a luz sobrenatural que a iluminava e a sinceridade de seus apelos.
Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de” Lírio das Catedrais. Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então, em toda o mundo no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial.
Em 1317, o Papa João XXIII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima trindade. A celebração normalmente tem início com a missa, seguida pela procissão pelas ruas da cidade, que se encerra com a bênção do Santíssimo.
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