Glorioso se sagrou campeão da competição pela 21ª vez
No segundo clássico da final do Campeonato Carioca, o herói do título não ficaria gravado na história apenas pelo gol marcado no Maracanã. Carli devolveu a derrota de domingo passado ao Vasco, garantiu a vitória de 1 a 0 do Botafogo, mas a taça foi decidida nos pênaltis. No duelo Martín Silva x Gatito Fernaández, melhor para o paraguaio, que confirmou a fama de pegador de penalidades, com duas defesas nas cobranças de Werley e Henrique, e soltou o grito de campeão da voz do torcedor alvinegro, com a vitória de 4 a 3.
Como nos bons tempos, a disputa pela taça de campeão carioca começou na arquibancada do Maracanã, lotada. No duelo de vozes, as torcidas fizeram a sua parte. A do Vasco, com a confiança extra pela vantagem do empate, enquanto a do Botafogo, com uma fé inabalável na virada. Foi difícil notar alguém sentado ou calado no estádio.
Lá embaixo, no gramado, os adversários não conseguiram sustentar a frenética atmosfera da arquibancada. Com a obrigação de vencer, o Botafogo, nervoso, teve dificuldade para furar as duas linhas do esquema 4-1-4-1 montado pelo técnico Zé Ricardo. E foi o Vasco que teve as melhores chances do primeiro tempo. Riascos desperdiçou a mais clara no rebote do chute de Pikachu. O curinga chutou por cima do gol outra boa chance.
Ensaboado, Renatinho bem que tentou responder no contra-ataque e, caçado, pendurou Paulão e Desábato com cartões amarelos depois de fortes divididas. Nada que se comparasse a violenta entrada de Fabrício na disputa com Luiz Fernando. O lateral-esquerdo recebeu vermelho direto, enquanto o atacante alvinegro, machucado, foi substituído por Pimpão. A torcida alvinegra incendiou, o Glorioso esboçou uma reação, que se limitou ao chuverinho.
O Botafogo soube aproveitar a vantagem numérica no início do segundo tempo. Com Kieza no lugar do volante Marcelo, o técnico Alberto Valentim arriscou ao máximo que pôde. Não foi suficiente. Com duas grandes defesas, Martín Silva conteve o melhor da pressão alvinegra. Primeiro na bomba de Renatinho e depois na bola desviada por Brenner, após levatamento de Leo Valencia.
Com um a jogador a menos, Zé Ricardo tentou trancar a defesa com Werley no lugar de Rafael Galhardo. Guerreiro, o Vasco resistiu a pressão. Conforme os minutos passavam, a taça se aproximava cada vez mais da Colina. No cair da noite, um mosaico de lanternas de celulares brilhavam como pequenas estrelas na arquibancada. Um prenúncio para o gol de Carli, nos acréscimos, pouco depois da expulsão de Valencia. O Maracanã explodiu de vez em emoção e o título foi decidido nos pênaltis, com o brilho de Gatito Fernández. Botafogo campeão!
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