No último dia de provas, brasileiro leva prata nos 200m medley e ouro no 4x100m sem nadar a final. Ele chegou a 23 pódios na história do evento, superando o ginasta cubano Eric López
A saga de Thiago Pereira em Toronto teve mais emoções do que imaginava, mas ele deixa os Jogos Pan-Americanos da cidade canadense com o desfecho tão sonhado. Com as duas medalhas obtidas na noite deste sábado, última dia da natação, ele finalmente se tornou o maior medalhista da história do Pan: 23 pódios, superando o ex-ginasta cubano Eric López, que tem 22. Na galeria de conquistas do brasileiro estão agora 14 medalhas de ouro, quatro de prata e outras quatro de bronze.
Ele igualou o recorde ao ficar com a prata nos 200m medley, vencida pelo compatriota Henrique Rodrigues, e passou López ao levar o ouro no revezamento 4x100m medley – ele não nadou a final, mas tem direito à honraria por ter participado das eliminatórias pela manhã. Após a cerimônia em que recebeu sua 23ª medalha, ele foi saudado por outros integrantes da equipe brasileira ainda no pódio, e juntos posaram para fotos.
Apesar do feito histórico, Pereira sai de Toronto sem uma vitória em provas individuais, que poderia ter vindo nos 400m medley se ele não tivesse sido desqualificado por cometer irregularidade na hora de tocar a borda da piscina, O retrospecto do atleta neste Pan foi de três ouros (4x100m medley, 4x100m livre e 4x200m livre), uma prata (200m medley) e um bronze (200m peito). Inicialmente ele nadaria outras provas no Canadá, mas por cansaço abriu mão de duas – ele ainda terá pela frente o Mundial de Kazan (RUS), em agosto.
Na última e decisiva medalha, Marcelo Chierighini, Guilherme Guido, Arthur Mendes e Felipe França nadaram na final, com Pereira participando das eliminatórias. Por isso, a organização do Pan preparou algo especial para a premiação. Primeiro, deu o ouro aos quatro nadadores que participaram da decisão, como pede o protocolo. Depois, contudo, o recordista foi convocado ao pódio para receber o seu ouro e ser consagrado como Mr. Pan de fato.
“Consegui meu grande objetivo. Era importante para o Brasil, um momento único. Depois do que aconteceu nos 400 medley consegui dar a volta por cima. Eu tinha de voltar, sabia que nosso país precisava disso e não deixei que me abalasse”, analisou Pereira, aliviado com o recorde conquistado.
Das quatro edições de Pan que disputou, o nadador do Minas Tênis Clube elegeu o de Toronto como o mais intenso, por ter mais dificuldades do que em outros anos. “Não veio o ouro individual, mas me emocionei de outras formas e consegui ver o quanto sou querido.” Pereira,porém, não quis transformar o recorde como uma despedida da competição. “Vamos para o Rio 2016 e depois a gente pensa no próximo ciclo. Não vou falar que estarei no próximo, também não vou falar que não estarei. Como diz um amigo meu dos Estados Unidos, ‘live the present’ (viva o presente, em português)”, concluiu.
O Brasil além de Thiago
Os dois ouros conquistados pelo Brasil no último dia da natação em Toronto vieram com quebra de recordes pan-americanos. Algoz de Thiago Pereira na final dos 200m medley, Henrique Rodrigues cravou 1min57s06, terceira melhor marca mundial da prova em 2015. Já o revezamento 4x100m medley, composto por Arthur Mendes, Marcelo Chierighini, Guilherme Guido e Felipe França, bateu as equipes de Estados Unidos e Canadá com 3min32s68.
Brandonn Almeida, de 18 anos, garantiu seu segundo pódio no Pan de Toronto ao ficar com o bronze nos 1,500m livre. A equipe feminina do revezamento 4x100m medley, com Daynara de Paula, Larissa Oliveira, Etiene Medeiros e Jheniffer Conceição, também ficou em terceiro lugar.
A natação do Brasil se despede de Toronto com 26 medalhas, uma a mais do que a edição de Guadalajara-2011 e igualando sua melhor campanha em Pan, obtida no Rio de Janeiro-2007. O país conquistou dez ouros, seis pratas e dez bronzes.
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