Pigarro insistente ou rouquidão por mais de 15 dias podem ser sinais até de câncer. Veja fatores de risco e meios de prevenção
Não é preciso ser um tenor para sentir uma tremenda falta da voz quando ela fica fraca. Aliás, geralmente só nos damos conta de que é preciso cuidar dela quando a garganta dói ou o som falta. Pigarro insistente ou rouquidão por mais de 15 dias podem ser sinais de doenças graves – o que será lembrado na terça-feira (16), Dia Mundial da Voz.
O principal recado que a voz dá é a rouquidão. É preciso ouvir esse sinal e o pigarro: eles podem indicar câncer de laringe, diz o professor da Liga de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), Rogério Dedivitis.
Dor de garganta, dificuldade de engolir, sensação de caroço na garganta ou nódulo no pescoço também são sinais, indica o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Segundo o órgão, há cerca de 7,6 mil novos casos, por ano, no País.
A doença é mais comum em homens fumantes maiores de 40 anos. Outros perigos são a ingestão de bebidas alcoólicas, que eleva a chance de tumores malignos, e fatores familiares. Cerca de 90% dos cânceres de laringe, boca e faringe são em homens fumantes. Mas ninguém está imune.
Uma laringoscopia, feita em consultório, mostra se há lesão. Em consultório e com anestesia local por spray, é inserido pela boca um cabo de fibra óptica ou um telescópio que permite verificar a lesão suspeita. O resultado é examinado por um médico otorrinolaringologista ou cirurgião de cabeça e pescoço.
Quando há gânglio, mais conhecido como íngua ou caroço no pescoço, o médico avalia se há um quadro infeccioso ou inflamatório – o último é o mais comum. “Diagnosticados precocemente, a chance de cura em casos de câncer é altíssima, de 80% a 90%”, observa Dedivitis.
Nem sempre alterações na voz indicam câncer. Vários fatores como infecções respiratórias, quadros alérgicos, uso indevido da voz e até a tensão pré-menstrual (TPM) podem mudar o tom da voz.
Cuide-se
A fonoaudióloga do Hospital Emílio Ribas, especialista em voz e membro do Conselho Regional de Fonoaudiologia Região São Paulo (Crefono 2), Daniela Galli, diz que gripes ou crises alérgicas mudam a voz por haver mais muco nas cordas vocais. “Na TPM, a mulher sofre retenção de líquidos, o que incha as pregas vocais e altera o tom da voz. Poucos percebem”.
Por prevenção, tomar água sempre é fundamental, pois hidrata não só as cordas, mas o corpo todo.
Segundo a fonoaudióloga Simone Carvalho de Oliveira, outras dicas são praticar atividade física, evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas e ter uma boa alimentação. Mudanças bruscas de temperatura e ar-condicionado – que resseca as vias aéreas – também afetam a voz.
E acordar com a voz mais grave é comum, afirma Daniela. À noite, acumulam-se secreções. Para quem fala o dia inteiro profissionalmente, a dica é se hidratar, manter a postura para projetar melhor a voz e tentar não competir com o som ambiente.
Fonte: A Tribuna
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