A desinformação é um dos principais motivos da baixa cobertura vacinal e, consequentemente, do retorno de doenças eliminadas como o sarampo
Além de manter hábitos de vida saudáveis, a melhor maneira de evitar doenças infecciosas é se vacinando contra elas. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta de graça 19 vacinas que protegem contra mais de 40 doenças, entre elas o sarampo. Basta ir ao posto de saúde mais perto de casa e pedir para atualizar o Calendário Nacional de Vacinação, que prevê vacinas para todas as idades, desde os recém-nascidos até os idosos. Por isso, se proteger contra doenças é uma questão de escolha e responsabilidade e deve ser tido como prioridade por todos.
A vacinação evita que os vírus de doenças graves circulem pelo país. Além disso, as vacinas evitam sequelas causadas por essas doenças, como surdez, cegueira, paralisia, problemas neurológicos e até a morte. As vacinas servem para estimular o sistema imunológico. Ao serem aplicadas, elas introduzem vírus ou bactérias inativas no organismo e fazem com que o sistema imunológico reconheça agentes que causam doenças produzindo anticorpos que evitam as doenças causadas por esses microrganismos.
A resistência à vacinação por parte da população é uma preocupação para o ministério. A difusão de informações falsas e sem baseamento científico (Fake News) contribuem para a decisão de não vacinar. O perigo de se ter baixas coberturas vacinais é o risco de reintrodução de doenças já eliminadas no país, como no caso do sarampo que voltou a fazer vítimas no país desde fevereiro de 2018.
O sucesso das ações de imunização – que teve como resultado a eliminação da poliomielite, do sarampo, da rubéola e síndrome da rubéola congênita – tem causado em parte da população, e até mesmo em alguns profissionais de saúde, a falsa sensação de que não há mais necessidade de se vacinar. No Brasil, ainda há um desconhecimento individual sobre a importância e benefícios das vacinas. Em muitos casos, pais e responsáveis não vêm mais algumas doenças como um risco, como foi o caso do sarampo. Porém, os mais de 4,5 mil casos da doença registrados em 19 estados, nos últimos 90 dias, mostram que se não mantivermos altas coberturas vacinais, doenças já eliminadas voltarão a fazer vítimas no país.
Por isso, é necessário desmistificar a ideia de que a vacinação traz malefícios ou não é mais importante. É no momento de calmaria, quando não há surtos de doenças, que a população deve se vacinar. Em algumas situações, as vacinas podem levar a eventos adversos, assim como ocorre com os medicamentos, mas são infinitamente menores que os malefícios trazidos pelas doenças. Geralmente são reações locais leves, como dor no local da aplicação e vermelhidão.
No início do século XX, as doenças imunopreveníveis como poliomielite e varíola eram endêmicas no Brasil, causando elevado número de casos e mortes em todo o país. As ações de vacinação e, especialmente o trabalho desenvolvido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) nos seus 46 anos de existência, foram responsáveis por mudar o perfil epidemiológico das doenças imunopreveníveis no país.
MOVIMENTO VACINA BRASIL
Garantir que não falte vacinas para atender à população é uma das metas do Ministério da Saúde. Na agenda de prioridades do Governo Federal, foi lançado este ano o Movimento Vacina Brasil, com ações coordenadas pela pasta para reverter o quadro de queda das coberturas vacinais no país registrado nos últimos anos. O movimento está sendo difundido ao longo de todo o ano, não apenas durante as campanhas de vacinação, e reuni uma série de ações integradas entre órgãos públicos e empresas para conscientizar cada vez mais a população sobre a importância da vacinação como medida de saúde pública.
Atualmente existe uma crise de produção e fornecimento de vacinas no mundo. Diante desse cenário, a Organização Mundial da Saúde (OMS) irá colocar o tema ‘vacinas’ como destaque na próxima Conferência de Genebra. Em recente entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou que o país não tem problema de recursos para essa área, mas que é preciso ter melhor garantia de abastecimento global.
O ministro informou que este ano, a Anvisa não autorizou o laboratório, que abastece o Brasil há 11 anos, com a vacina pentavalente, a abastecer o país este ano, o que criou um grande problema. Como a Organização Mundial da Saúde (OMS) mantém o credenciamento desse laboratório, o Ministério da Saúde solicitou à Anvisa que fosse feita uma segunda avaliação do fornecedor. Devido a esse problema, o país só deve normalizar os estoques de vacina pentavalente, provavelmente, em novembro ou dezembro deste ano. Para 2020, o Ministério da Saúde irá trabalhar o estoque regulador, além de lançar Complexo Industrial de Fabrico na Fiocruz.
FAKE NEWS
O esforço em garantir informação de qualidade à população deu origem ao canal Saúde sem Fake News, ação inovadora do Ministério da Saúde, que disponibilizou um número de WhatsApp para envio de mensagens da população. O canal é exclusivo para receber informações virais, que são apuradas pelas áreas técnicas e respondidas oficialmente se são verdade ou mentira. Qualquer cidadão pode enviar gratuitamente mensagens com imagens ou textos que tenha recebido nas redes sociais para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando. O número é (61) 99289-4640.
Há um ano o brasileiro tem à sua mão uma ferramenta poderosa para checar se a informação sobre saúde que recebeu é verdadeira ou se trata de uma Fake News: o celular! Pelo número de WhatsApp da pasta foram enviadas 12.200 mensagens. Ao receber a mensagem, os profissionais de comunicação checam a veracidade da informação com as áreas técnicas da Pasta. Até o momento a equipe já respondeu 11.500 dúvidas, que geraram o esclarecimento de 104 diferentes Fake News que estão disponíveis para consulta no site www.saude.gov.br/fakenews
Fonte: Vanessa Aquino, da Agência Saúde
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