Devido à urgência da pandemia, as farmacêuticas tentam operar verdadeiros milagres científicos
EUA – Na corrida global por respostas ao novo coronavírus (SARS-CoV-2), há mais de 100 vacinas contra a Covid-19 em desenvolvimento e, desse total, espera-se que pelo menos 20 delas comecem a ser testadas em humanos ainda esse ano. Devido à urgência da pandemia, as farmacêuticas tentam operar verdadeiros milagres científicos, como as empresas Pfizer e BioNTech que começaram seus testes de imunização em pessoas saudáveis nos Estados Unidos.
Buscando determinar padrões de segurança, imunogenicidade e nível ideal de dosagem, as duas companhias testam, no momento, quatro opções de vacina contra a COVID-19, que atuam a partir de RNA mensageiro (mRNA). Caso uma das injeções funcione, os desenvolvedores alegam ter capacidade para disponibilizar o produto entre setembro e dezembro deste ano.
O programa de desenvolvimento da Pfizer e da BioNTech inclui quatro candidatas a vacina e cada uma delas representa uma combinação diferente de formato do RNA mensageiro (mRNA) e do antígeno alvo, ou seja, são diferentes partes do coronavírus SARS-CoV-2 que estão em foco na pesquisa. Assim, é possível avaliar os candidatos ao mRNA oficial simultaneamente e identificar o candidato mais seguro (e potencialmente mais eficaz) em um número maior de voluntários.
Os primeiros voluntários que serão imunizados com as vacinas experimentais serão adultos saudáveis (sem o novo coronavírus) com idades entre 18 e 55 anos. Esse grupo de teste receberá as vacinas nas escolas de medicina da Universidade de Nova York e da Universidade de Maryland, ambos nos Estados Unidos, segundo os desenvolvedores Pfizer e BioNTech, em comunicado.
“Esperamos avançar de forma rápida e colaborativa com nossos parceiros da BioNTech e autoridades reguladoras para levar uma vacina segura e eficaz aos pacientes que mais precisam. O curto prazo de menos de quatro meses em que fomos capazes de passar de estudos pré-clínicos para testes em humanos é extraordinário e demonstra ainda mais nosso compromisso de dedicar nossos melhores recursos da classe, do laboratório à fabricação e além, na batalha contra o COVID-19”, afirma Albert Bourla, Presidente e CEO da Pfizer.
Para Mikael Dolsten, diretor da Pfizer, essa linha do tempo para o desenvolvimento de vacinas contra a COVID-19 é sem precedentes, já que, normalmente, esse processo levaria vários anos de estudos. “Acho que isso nunca aconteceu na história das vacinas modernas”, comenta Dolsten, acrescentando que nada em suas três décadas de trabalho na indústria farmacêutica corresponde à velocidade deste programa.
Após os primeiros resultados, adultos mais velhos também serão imunizados, mas apenas com a versão de vacina que apresentou melhor resposta no teste com os mais jovens, dando sequência à pesquisa.
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