Três doenças a que fumantes devem ter atenção
30 de maio de 2023

Na semana em que é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco, médico alerta para os principais sintomas da leucoplasia, edema de reinke e câncer de laringe

O Dia Mundial Sem Tabaco, lembrado na próxima quarta-feira (31/5), é uma data de especial relevância para os otorrinolaringologistas, tendo em vista a grande quantidade de doenças relacionadas ao hábito de fumar que afetam estruturas da boca, garganta e nariz.

Muitas delas, é sabido, podem ser identificadas com rapidez e tratadas com maior efetividade, se o paciente estiver a par dos principais sintomas e, sobretudo, consciente quanto à necessidade de investigar suas causas.

Nesse contexto, o otorrinolaringologista Rui Imamura, do Voice Center – Centro Especializado em Laringe e Voz do Hospital Paulista, elege três doenças a que os fumantes devem ter atenção especial no que se refere à prevenção: leucoplasia, edema de reinke e, principalmente, o câncer de laringe. “São três doenças intimamente associadas ao tabagismo. E que a redução desse hábito tem grande impacto na redução da incidência das mesmas”, resume, ao destacar que a melhor forma de evitá-las é justamente parando de fumar.

Mas, a quem insiste, ele recomenda atenção redobrada com a voz, sobretudo. Alterações podem servir de alerta. “A rouquidão é o sintoma mais clássico. Em pacientes que fumam, quando o problema persiste por mais de duas semanas, é importante investigar”, observa o médico, lembrando que a principal preocupação sempre é com o câncer de laringe. “Nesse caso, a rouquidão é um sintoma inicial, que geralmente vem acompanhado de tosse persistente, dor durante a deglutição e fala, dificuldade para engolir, entre outros. É sem dúvida a enfermidade mais grave relacionada ao tabagismo, tratada pela otorrinolaringologia”.

Ele destaca que o Brasil é um dos principais países em casos de câncer de laringe. Em média, cerca de 7 mil pacientes são diagnosticados com a doença a cada ano. Ainda assim, a leucoplasia e o edema de reinke não deixam de ser uma preocupação menor.

A leucoplasia, aliás, pode evoluir para um quadro de câncer de laringe, caso não tratada. Ela se notabiliza principalmente por lesões na laringe, além de rouquidão ou alterações na voz. “É uma lesão que se assemelha a uma mancha branca, que pode ser pré-maligna ou já ter células cancerígenas em sua base, e surge nas diversas mucosas da via aérea e, também, na corda vocal e laringe. Para uma célula se tornar cancerígena ela vai sofrendo algumas transformações e uma dessas manifestações é a superfície branca detectada pela laringoscopia”, explica Rui Imamura.

O edema de reinke, por sua vez, se manifesta por rouquidão com agravamento do tom vocal. Quando acomete mulheres, é frequente a queixa de masculinização da voz. Ocorre em pacientes que fazem uso intensivo da voz e, principalmente, tabagismo por muitos anos. O tratamento pode ser clínico nos casos de inchaço leve, afastando os fatores irritativos, principalmente o tabagismo, e cirúrgico, nos casos moderados e graves.

Em todos esses casos, Rui Imamura destaca o exame de videolaringoscopia é o mais recomendável para identificação precoce da causa dos sintomas e favorece muito a chance de tratamento eficaz e cura, mesmo nos casos de câncer. “A videolaringoscopia permite a identificação de alterações presentes na cavidade oral, orofaringe e laringe por meio de um endoscópio, acoplado a um sistema de vídeo. Este instrumento capta, amplifica e registra as imagens. O som da voz e a imagem são gravados e servem para diagnosticar as eventuais anomalias presentes”, esclarece o especialista, acrescentando que o procedimento é rápido (demora em torno de 2 a 4 minutos), não requer jejum, além de ser de baixo custo.

“Nos casos de leucoplasia, câncer e mesmo de papiloma, os vasos associados à lesão também se modificam, o que pode ser melhor visto quando a laringoscopia é feita com equipamento especial (cromoscopia ou narrow band imaging – NBI). Este equipamento, disponível no Voice Center do Hospital Paulista, permite aumentar a acurácia diagnóstica destas lesões”, enfatiza o médico.

Fonte: Estado de Minas

 

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