Recomendação neste período é evitar ao máximo o contato com água contaminada e seguir à risca os procedimentos de higiene e limpeza
Com a chegada das chamadas “chuvas de Verão”, é preciso também tomar cuidado com doenças infectocontagiosas. Elas podem ser transmitidas pelo contato com a água de áreas com enchentes, alagamentos e transbordamento de esgotos e rios. Nessas situações, há presença de diversas bactérias e vírus nocivos à saúde humana.
Entre as principais doenças está a leptospirose, que pode ocorrer depois do contato com a urina de ratos contaminados com a bactéria leptospira. Quando em contato com a pele humana, a bactéria pode penetrar no organismo causando sintomas como febre, dores de cabeça e nos músculos e náuseas. É importante lembrar que, quando não é tratada com antecedência, pode levar a morte.
Os sinais da doença podem aparecer no dia seguinte após o contato com as águas de chuva, ou até depois de um mês. Os primeiros sintomas podem ser febre, dores na cabeça e no corpo, principalmente na panturrilha.
Outras doenças podem se manifestar como é o caso da Hepatite A, diarreia e Febre Tifoide, causada pela salmonela typhi, bactéria encontrada nas fezes de animais. De acordo com o infectologista Jean Gorinchteyn, a principal recomendação neste período é evitar ao máximo o contato com a água contaminada e seguir à risca os procedimentos de higiene e limpeza da residência ou estabelecimentos comerciais, caso esses locais sejam atingidos pelas enchentes.
“Evite pisar em poças d’água, principalmente em águas de inundações. Caso seja inevitável, fique atento aos primeiros sintomas e procure um médico”, adverte. Os riscos não estão apenas nas doenças. Os animais peçonhentos também podem registrar incidentes. O biólogo do Instituto Butantan Giuseppe Puorto explica o motivo do aumento de casos no Verão.
“Por que no inverno isso não ocorre? Porque a temperatura mais baixa deixa o metabolismo mais baixo e os animais procuram macroambientes para fiarem escondidos, onde a temperatura não oscila demais. Verão, temperatura mais elevada, metabolismo mais elevado, encontro com a população, consequentemente mais acidentes”, afirma.
A diarista Clélia Rosa foi picada por uma Jararaca dentro de sua casa. “Primeiro procedimento que a gente deve tomar é ir para o hospital, mesmo que você não tenha certeza de qual bicho te picou. Depois é muito importante sempre olhar muito para o chão e prestar atenção onde pisa”, alerta.
Em caso de picada de cobra, por exemplo, é recomendável lavar o local com água e sabão, sem aplicar qualquer tipo de produto ou medicação. No caso da ferroada de escorpião, a primeira medida é colocar compressas de água morna sobre a ferida. Já com aranhas ou queimaduras de taturanas, não mexa no ferimento e procure atendimento médico imediatamente.
“Mantenha primeiro a tranquilidade, no máximo lavar o local da picada com água e sabão e a pessoa deve procurar um serviço médico mais próximo de sua residência para que o diagnóstico desse acidente seja feito e verificar se há necessidade ou não de tomar um soro para inativar o veneno”, explica o diretor médico do Hospital Vital Brasil, Carlos Roberto de Medeiros.
Para diminuir os riscos de acidentes, mantenha os quintais, terrenos baldios e jardins limpos. É importante não acumular entulho e lixo doméstico, aparar grama dos jardins e recolher as folhas caídas. Coloque o lixo em sacos plásticos que devem ser mantidos fechados para evitar o aparecimento de moscas, baratas e outros insetos, que são os alimentos favoritos dos escorpiões.
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