Pesquisa brasileira avaliou 23 pacientes do Hospital Dante Pazzanese (SP) e observou que consumo reduz biomarcadores de inflamação e melhora resposta do sistema imune
Estudos conduzidos no Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC) da Universidade de São Paulo (USP) já indicavam que o suco de laranja pode trazer diversos benefícios à saúde, como melhorar a imunidade, reduzir a pressão arterial, regular a produção de insulina e promover mudanças no perfil de gorduras no sangue.
Mais recentemente, os pesquisadores observaram que essa bebida também proporciona uma mudança positiva no perfil da microbiota intestinal, o que não só ajuda a explicar os demais benefícios como pode trazer outros diretamente relacionados à microbiota, acelerando o processo de digestão e dando disposição para tarefas do dia a dia.
A pesquisa, divulgada na revista Obesities, foi feita com 23 pacientes do Hospital Dante Pazzanese, parceiro no projeto. Os voluntários apresentavam quadros de obesidade, resistência insulínica e pré-diabetes. Receberam diariamente, em dois períodos distintos, um copo de 400 mililitros (mL) de suco de laranja natural.
“Selecionamos pacientes com esse perfil porque são eles que geralmente têm os quadros que mais afetam negativamente a microbiota, levando a uma condição chamada de disbiose – situação em que há um número superior de microrganismos patogênicos no intestino, comparado aos que são considerados benéficos à saúde. É uma descoberta importante, pois a modificação do perfil da microbiota é um processo que geralmente leva muito tempo. Em apenas 15 dias de consumo, o suco foi capaz de proporcionar resultados positivos nos pacientes obesos”, afirma Eric Tobaruela, pesquisador do FoRC – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF-USP).
O trabalho foi coordenado por Franco Lajolo e Neuza Hassimotto, ambos professores do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da FCF-USP e membros do FoRC. Os resultados foram obtidos por meio de análises das fezes e do sangue dos pacientes. Segundo Tobaruela, primeiro autor do artigo, quanto maior o grau da obesidade, maiores são as alterações no perfil da microbiota intestinal. No entanto, o estudo mostrou que, quanto mais obeso era o paciente, maior foi o benefício proporcionado pelo suco.
Fonte: Galileu
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