Sintomas mais comuns no pós-alta de COVID-19
Estes sintomas são observados principalmente em pacientes com quadros graves, que precisaram de internação e UTI:
- Fadiga, cansaço, fraqueza, mal-estar
- Falta de ar (ou dificuldade para respirar, respiração curta)
- Fibrose nos pulmões e/ou rins
- Perda de paladar e olfato (temporária ou duradoura)
- Dores de cabeça
- Dores e/ou fraqueza musculares
- Dificuldades de linguagem, raciocínio/concentração e memória
- Distúrbios do sono (insônia)
- Depressão e ansiedade
- Agravamento de doenças preexistentes
Complicações mais graves ou muito persistentes pós-COVID-19
As complicações que podem se agravar envolvem principalmente os pulmões, os rins e as condições de doenças preexistentes. Já quadro de sequelas não graves, mas também bem persistentes se relacionam com prejuízos no olfato e paladar, assim como sintomas ansiosos e depressivos.
Fibrose nos pulmões
A maior parte dos pacientes tem nenhuma, pouca ou média falta de ar e dificuldade de respirar, mas nos casos mais graves pode evoluir à fibrose pulmonar (cicatrização do tecido após dano) ou bronquiolite obliterante (quando as células não conseguem se recuperar após inflamação ou infecção dos pulmões).
Fibrose nos rins
Uma vez que o sistema imunológico está mais fragilizado por conta da infecção do novo coronavírus, células inflamatórias podem acometer também os rins, gerando um processo de fibrose (similar a cicatrizes) nesses órgãos, e em alguns poucos casos pode ocorrer insuficiência renal aguda e até necessidade de diálise.
Agravamento de doenças preexistentes
Pessoas que já tinham doenças podem ter seus sintomas piorados. Por exemplo, alguém que tinha diabetes leve pode evoluir a um quadro mais difícil de controlar e tratar. Ainda não há uma resposta precisa do porquê isso acontece — assim como não existem respostas para a alteração de doenças preexistentes causada pela chikungunya.
Ansiedade e depressão
Os pacientes também se queixam com frequência de problemas psicológicos causados pelo coronavírus. Os abalos e impactos mentais podem ocorrer pelos mais diversos motivos, já associados ao fato de estarmos vivendo uma pandemia, mas predominam na mente dilemas como o medo da morte, de ser reinfectado ou de que alguma pessoa próxima seja contaminada pelo vírus. O fato de a COVID-19 ser, por vezes, muito agressiva, tem deixado uma sequela pós-traumática das mais delicadas e que precisa de acompanhamento profissional, preferencialmente.
Sintomas ansiosos também são relatados, indicados por palpitações, sudorese, taquicardia, inquietação e preocupação exacerbada. Os números de recuperados da doença com esses sintomas giram em torno de 15% a 20% — o que é ainda mais preocupante, haja vista que esses números já eram elevados por aqui no cenário pré-COVID.
Sintomas persistentes menos comuns pós-COVID-19
- Dor no peito, palpitações, hipertensão e outros cardiovasculares
- Tontura
- Tromboses
- Bexiga neurogênica (dificuldade de urinar de forma espontânea)
- Queda de cabelo
- Diarreia, dores abdominais, náusea, apetite reduzido
Outros sintomas menos relatados, mas que merecem consideração são: impotência sexual ou perda de libido, alucinações e delírios, acidente vascular cerebral (AVC), convulsões, inflamação de nervos, zumbido, dores de ouvido, dores de garganta, febre, erupções cutâneas, anorexia, entre outros.
Reabilitação pós-COVID-19
Grande parte das consequências ocorre por conta do processo inflamatório exacerbado desencadeado pelo novo coronavírus (chamado de tempestade inflamatória) — além de agravamentos nos pulmões e rins e seus sintomas, bem como a própria internação e seus impactos, como na mobilidade e na circulação. Por isso, pode ser necessária reabilitação específica para uma recuperação satisfatória.
A ciência continua investigando possíveis sequelas permanentes, entretanto a maior parte dos quadros pode ser resolvida com ajuda médica. Recuperados da doença devem ficar atentos às suas condições gerais de saúde, a incômodos e sintomas intensos e prolongados, e o cuidado pós-alta é essencial para a recuperação plena.
Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein/Vida Saudável
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