A letalidade do coronavírus tem feito vítimas com os mais diversos perfis em relação a comorbidades pré-existentes dos pacientes. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que do total de óbitos registrados em Mato Grosso do Sul, do início da pandemia até agora, 45% eram de pacientes que tinham doença cardiovascular crônica. Em sentido oposto, mais de 15% mortes ocorreram em pessoas sem nenhuma doença relatada.
De acordo com os dados da SES, até o momento, 368 das vítimas estavam aparentemente saudáveis, sem enfermidades informadas. Para a diretora-presidente do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, Rosana Leite, é justamente o desconhecimento dessa informação que pode levar ao equívoco. “Ninguém está livre. A Covid-19 é uma doença que provoca uma inflamação exacerbada e pode afetar o corpo todo. E mais: hoje vemos uma mudança na faixa etária, com pessoas mais jovens vindo a óbito em relação às mortes registradas no primeiro pico da pandemia, entre julho e agosto”.
Já o percentual de mortes por doenças cardiovasculares representa 1.127 vítimas da Covid-19. Para a médica infectologista e integrante do COE/MS, Mariana Croda, a letalidade desses casos está associada ao perfil da doença. “A teoria científica mostra que há uma necessidade de resposta cardiovascular frente à infecção causada por esse vírus e é justamente esta uma das falhas nesses pacientes”.
A especialista explica que apesar de liderar o ranking do perfil de óbitos, não é possível afirmar que a doença é mais grave em relação a quem tem problemas cardíacos do que respiratórios, que está em quinto lugar nesse comparativo. “A questão é multifatorial e ainda há lacunas que os estudos científicos ainda não esclareceram. As doenças crônicas têm várias repercussões no organismo, desde um processo inflamatório continuado até a diminuição da imunidade. Ainda tem os fatores relacionados aos medicamentos para tratar essas doenças”.
As múltiplas comorbidades em um mesmo paciente é verificada em muitos casos fatais. “O fato é que em geral o paciente possui mais de um fator de risco como obesidade, hipertensão e diabetes em um mesmo paciente. Ou doença pulmonar crônica, tabagismo e uso de imunossupressor, por exemplo”.
Na lista elaborada pela SES, em segundo lugar, no perfil de óbitos, com 893 casos, estão as pessoas que tinham diabetes, em terceiro, com 33,2%, os casos de hipertensão arterial sistêmica, em seguida pela obesidade e, em quinto lugar, os óbitos nos quais as pessoas tinham doenças respiratórias crônicas.
Confira o boletim completo aqui.
Ana Brito, Subcom
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