“Prevenção é o meio mais poderoso para evitar doenças”, defende ministro da Saúde em congresso sobre Diabetes
Occhi trouxe principais ações desenvolvidas no SUS, no tratamento e no controle do diabetes que afeta mais de 9 milhões de brasileiros
O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, participou nesta terça-feira (07/08), do “Correio Debate”, evento promovido pelo jornal Correio Braziliense, em Brasília (DF), que tinha como tema o acesso e os avanços no tratamento do Diabetes. Na ocasião, Occhi apresentou dados de levantamentos da doença monitorados pelo Ministério da Saúde, como o Vigitel e a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), além das ações realizadas pela pasta federal no controle e tratamento do Diabetes no Sistema Único de Saúde (SUS). Estiveram presentes no evento, membros da Sociedade Brasileira de Diabetes e da Associação Nacional de Atenção à doença.
Iniciando o debate, o ministro da Saude Gilberto Occhi pontuou que a prevenção é o meio mais poderosa para evitar doenças como o diabetes. “Estamos agregando novas tecnologias, atualizando o tratamento, criando meios para que o SUS possa fazer atendimento precoce para que possamos prevenir e reduzir as demandas de alta e média complexidade e tratamentos invasivos que trazem custos maiores para o sistema. A saúde é um esforço e uma responsabilidade de todos. Prevenir é o melhor remédio”.
Em sua apresentação, o ministro abordou a diferença entre os dois tipos de diabetes (Tipo 1 e 2), em que o primeiro afeta diretamente as células responsáveis por sintetizar e secretar a insulina e o segundo, a deficiência do organismo em usá-la adequadamente. Ainda em sua fala, Occhi trouxe que 70,6% dos casos de diabetes tipo 2 é atribuível ao excesso de peso; que o fumo, o colesterol alto e o histórico familiar são alguns dos fatores de risco que podem ocasionar a doença, e que assim como no mundo, o diabetes atinge principalmente os idosos com mais de 65 anos.
Outro dado trazido foi que estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Federação Internacional do Diabetes apontaram que, em 2015, cerca de 415 milhões de adultos viviam com diabetes no mundo e que o Brasil é o 4º país do mundo com o maior número de diabéticos. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), em 2013, 9 milhões de brasileiros possuíam a doença. Já a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) trouxe que 7,6% da população das capitais apresentaram diagnóstico médico de diabetes.
Entre 2010 e 2016, o diabetes já vitimou com óbitos 406.452 pessoas no Brasil. De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), o número cresceu 11,8% no período, saindo de 54.877 mortes para 61.398 no ano de 2016. Ao contrário dos óbitos, as internações decorrentes da doença caíram. Dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) apontam que a quantidade de internações teve queda de 8,7%: foram 148.384 em 2010 e 135.364, em 2016. O diabetes é responsável por complicações, como a doença cardiovascular, a diálise por insuficiência renal crônica e as cirurgias para amputações dos membros inferiores.
TRATAMENTO DE DIABETES NO SUS
O Ministro da Saúde, Gilberto Occhi, ainda apresentou aos que estavam presentes que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta gratuitamente, já na atenção básica – porta de entrada do SUS, atenção integral e gratuita, desenvolvendo ações de prevenção, detecção, controle e tratamento medicamentoso, inclusive com insulinas. Para monitoramento do índice glicêmico, ainda está disponível nas unidades de Atenção Básica de Saúde, reagentes e seringas.
Além disso, dados do programa Aqui Tem Farmácia Popular, parceria do Ministério da Saúde com farmácias privadas em todo o país, apontou que 7 milhões de pessoas retiraram os medicamentos cloridrato de Metformida, Glibenclamida e insulinas, nas mais de 30 mil unidades conveniadas e de forma gratuita.
INCENTIVO AOS HÁBITOS SAUDÁVEIS
O incentivo para uma alimentação saudável e balanceada e a prática de atividades físicas é prioridade do Governo Federal. Uma portaria do Ministério da Saúde proíbe venda, promoção, publicidade ou propaganda de alimentos industrializados ultraprocessados com excesso de açúcar, gordura e sódio e prontos para o consumo dentro das dependências do órgão.
A pasta também adotou internacionalmente metas para frear o crescimento do excesso de peso e obesidade no país. Durante o Encontro Regional para Enfrentamento da Obesidade Infantil, realizado em março de 2017 em Brasília, o país assumiu como compromisso deter o crescimento da obesidade na população adulta até 2019, por meio de políticas intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional; reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta, até 2019; e ampliar em no mínimo de 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019.
Outra ação para a promoção da alimentação saudável foi a publicação do Guia Alimentar para a População Brasileira, em 2014. Reconhecida mundialmente pela abordagem integral da promoção à nutrição adequada, a publicação orienta a população com recomendações sobre alimentação saudável e para fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação. Em parceria do Ministério da Saúde com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA) por meios de acordos voluntários, foram retirados mais de 17 mil toneladas de sódio dos alimentos processados e ultraprocessados em quatro anos. O país também incentiva práticas promotoras da saúde, como práticas corporais e de atividades físicas e alimentação saudável por meio do Programa Academia da Saúde com mais 3.800 polos habilitados e do Programa Saúde na Escola.
Por Victor Maciel, da Agência Saúde
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