O sarampo, doença erradicada em Minas há nove anos, voltou a rondar o Estado. Somente neste ano, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) recebeu a notificação de 118 casos suspeitos. Deste total, 55 foram descartados e 63 continuam sendo investigados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).
O balanço, divulgado nesta quarta-feira (1º), revela que quase 30% dos casos notificados foram em crianças com idades entre 1 e 4 anos. Cinquenta e seis municípios tiveram casos suspeitos, sendo que a cidade de Entre Folhas teve dez, e Belo Horizonte e Limeira do Oeste oito cada um.
Além dessas duas cidades, houve notificação também nos municípios de Araçuaí, Araponga, Belo Vale, Betim, Cabo Verde, Caratinga, Carbonita, Cássia, Chapada do Norte, Claraval, Coroaci, Cristais, Curvelo, Divinópolis, Espera Feliz, Frei Gaspar, Frutal, Guapé, Ibiá, Ipatinga, Itajubá, Itaú de Minas, Jacutinga, Januária, Lagoa da Prata, Madre de Deus de Minas, Matipó, Monte Santo de Minas, Montes Claros, Mutum, Papagaios, Pará de Minas, Patrocínio, Perdizes, Piumhi, Presidente Juscelino, Raul Soares, Sacramento, Santa Juliana, Santa Luzia, Santa Rita do Sapucaí, Santa Rosa da Serra, São Francisco de Sales, São João Batista do Glória, São Lourenço, São Sebastião do Maranhão, Teófilo Otoni, Uberaba, Uberlândia, Urucuia, Veríssimo, Vespasiano e Visconde do Rio Branco.
Apesar de ainda não ter casos confirmados de sarampo em território mineiro, o governo intensificará a imunização da doença para evitar o retorno da enfermidade. Da próxima segunda-feira (6) até o dia 31 de agosto, todos os postos aplicarão vacinas contra o sarampo e a poliomielite em quase um milhão de crianças. Devem ser vacinadas todas as crianças de um até cinco anos de idade.
Confira um tira-dúvidas sobre sobre a doença:
Como se pega o sarampo?
O sarampo é uma doença viral e contagiosa e pode ser transmitido através de secreções das vias respiratórias como gotículas eliminadas pelo espirro ou pela tosse. Nem sempre quem transmite está com sintomas.
Quais são os sintomas?
O primeiro é a febre, que quase todos os pacientes têm. Depois de um ou dois dias, tem início um quadro com tosse, coriza e conjuntivite. Só depois aparecem as lesões na pele. A incubação dura de sete a 21 dias, mas a pessoa começa a transmitir cinco dias antes de aparecerem os sintomas e continua transmitindo por cinco dias após o seu desaparecimento.
Como é feito o diagnóstico?
Por exames clínicos e laboratoriais.
Se for confirmado que o paciente está com sarampo, ele deve ficar isolado?
Sim. Como é uma doença contagiosa, ele deve evitar o contato com outras pessoas e, caso receba visitas, elas devem usar máscaras.
A vacina é eficaz para evitar a doença? Em quanto tempo ela começa a fazer efeito?
A vacina tem eficácia de 90%. A proteção plena vai ocorrer de dez a 14 dias.
Qualquer pessoa pode tomar a vacina?
Não. Assim como a vacina da febre amarela, ela é feita com vírus vivo atenuado. Ela não é recomendada para gestantes, bebês com menos de 1 ano e pacientes imunodeprimidos.
Quantas doses devem ser tomadas?
Tanto o Ministério da Saúde quanto a Organização Mundial da Saúde recomendam duas doses durante a vida. No Brasil, as doses são aplicadas com 12 e 15 meses de vida. Caso a pessoa só tenha tomado uma dose, deve tomar a segunda até os 29 anos. Se nunca tomou até essa idade, só será necessário tomar uma dose entre os 30 e os 49 anos.
A pessoa deve tomar a vacina se perdeu a caderneta e não sabe se foi imunizada?
Sim. As doses recomendadas devem ser tomadas pelo paciente.
Pessoas que tiveram contato com pacientes infectados também são beneficiadas pela vacina?
Se tomada até 72 horas após o contato, a vacina é capaz de reduzir as formas mais graves da doença. As ações de bloqueio sempre devem ser realizadas.
MITOS E VERDADES SOBRE A VACINAÇÃO
Vacinas causam autismo?
MITO: Um estudo apresentado em 1998, que levantou preocupações sobre uma possível relação entre a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola e o autismo, foi posteriormente considerado seriamente falho e o artigo foi retirado pela revista que o publicou. Infelizmente, sua publicação desencadeou um pânico que levou à queda das coberturas de vacinação e subsequentes surtos dessas doenças.
Uma melhor higiene e saneamento farão as doenças desaparecerem, não sendo necessárias vacinas
MITO: As doenças que podem ser prevenidas por vacinas retornarão caso os programas de imunização sejam interrompidos. Uma melhor higiene, lavagem das mãos e uso de água limpa ajudam a proteger as pessoas de doenças infecciosas. Entretanto, muitas dessas infecções podem se espalhar, independente de quão limpos estamos. Se as pessoas não forem vacinadas, doenças que se tornaram raras, como a poliomielite e o sarampo, reaparecerão rapidamente.
As vacinas têm vários efeitos colaterais prejudiciais e de longo prazo que ainda são desconhecidos. A vacina pode ser até fatal
MITO: As vacinas são muito seguras. A maioria das reações são geralmente pequenas e temporárias, como um braço dolorido ou uma febre ligeira. Eventos graves de saúde são extremamente raros e cuidadosamente monitorados e investigados. É muito mais provável que uma pessoa adoeça gravemente por uma enfermidade evitável pela vacina do que pela própria vacina. Embora qualquer lesão grave ou morte causada por vacinas seja muito relevante, os benefícios da imunização superam em muito o risco, considerando que muitas outras lesões e mortes ocorreriam sem ela.
As doenças evitáveis por vacinas estão quase erradicadas em meu país, por isso não há razão para me vacinar
MITO: Embora as doenças evitáveis por vacinação tenham se tornado raras em muitos países, os agentes infecciosos que as causam continuam a circular em algumas partes do mundo. Em um mundo altamente interligado, esses agentes podem atravessar fronteiras geográficas e infectar qualquer pessoa que não esteja protegida. Dessa forma, as duas principais razões para a vacinação são proteger a nós mesmos e também as pessoas que estão à nossa volta.
Aplicar mais de uma vacina ao mesmo tempo em uma criança pode aumentar o risco de eventos adversos prejudiciais, que podem sobrecarregar o sistema imunológico
MITO: Evidências científicas mostram que aplicar várias vacinas ao mesmo tempo não causa aumento de eventos adversos sobre o sistema imunológico das crianças. Elas são expostas a centenas de substâncias estranhas, que desencadeiam uma resposta imune todos os dias. Uma criança é exposta a muito mais antígenos em um resfriado comum ou dor de garganta do que de vacinas. As principais vantagens de aplicar várias vacinas ao mesmo tempo são: menos visitas ao posto de saúde ou hospital, o que economiza tempo e dinheiro; e uma maior probabilidade de que o calendário vacinal seja completado. Além disso, quando é possível ter uma vacinação combinada – como para sarampo, caxumba e rubéola – menos injeções são aplicadas.
Fonte: Hoje Emdia
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