Aumento de 55,5% dos diagnósticos da doença motivou alerta feito pela Secretaria de Estado de Saúde
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) fez um alerta, nesta quinta-feira (6), para o aumento de casos de meningite no Rio em 2022. De acordo com os dados da pasta, o estado teve uma alta de 55,5% nos diagnósticos da doença de janeiro a setembro, com 977 casos positivos de meningite, sendo 28 do tipo bacteriana meningocócica e sete mortes.
Os números são maiores que os registrados ao longo de todo o ano passado, quando a secretaria registrou 959 diagnósticos, com 30 casos do tipo bacteriano e oito mortes. Os dados foram apurados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Dos 28 casos de meningite meningocócica do estado até setembro, dez foram registrados no município do Rio, com três das sete mortes.
Segundo a SES, a variação dos casos não indica que haja um surto da doença no estado, mas reforça a importância de que pais de crianças e adolescentes levem seus filhos para se vacinar. A pasta informa que há três imunizantes disponíveis para prevenção da meningite nos postos de saúde da rede pública.
A cobertura vacinal para crianças contra a meningite c, assim como para outras doenças, vem caindo ao longo dos últimos anos, aponta a pasta. A taxa de alcance do imunizante em 2017 era de 91,32%, mas em 2021 ficou em 54,49%. Em 2022, até o dia 22 de setembro, a taxa inserida no sistema é de 36,38%, o que sugere uma cobertura ainda pior.
“A meningite meningocócica começa com febre, dor de cabeça e rigidez de nuca. Você tem dificuldade flexionar o pescoço, uma dor de cabeça muito intensa e até manchas vermelhas na pele. Ela não é difícil de se diagnosticar, mas nessa fase inicial ela pode ser confundida com outras doenças que também causam essas mesmas manifestações. Por ter uma doença com evolução rápida e catastrófica, que pode matar em 24 ou 48 horas, quanto mais retardar o diagnóstico pior. Por isso a importância da vacinação”, explicou o médico infectologista presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo.
Para crianças, o especialista indica que os sintomas devem ser representados por uma irritabilidade acentuada. “A meningite pode acontecer em qualquer faixa etária, mas os casos de maior gravidade ocorrem nas crianças”, explicou.
De acordo a SES, o calendário vacinal público prevê, desde 2010, a aplicação da vacina meningocócica C (conjugada). São duas doses, aos 3 e aos 5 meses de idade, e um reforço, que deve ser feito preferencialmente aos 12 meses de idade.
Em julho e setembro deste ano, o Ministério da Saúde ampliou a oferta da Meningocócica C para trabalhadores da saúde e crianças com idades entre 5 a 10 e adolescentes de até 14 anos. A ampliação foi feita por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI) que prevê a cobertura da vacina tipo ACWY, que protege contra esses quatro sorotipos da meningite meningocócica.
Baixa procura de vacinas
A procura por outras vacinas cobertas pela rede pública também teve queda nos últimos cinco anos, segundo a secretaria. No caso da Pentavalente, o número saltou de 93,49%, em 2017; para 88,16%, em 2018; depois 55,15%, em 2019; seguido de 55,77%, em 2020; e, no ano passado, a taxa ficou em 54,27%. Este ano, até o dia 22 de setembro, a cobertura está em 34,67%.
Como atua?
A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas.
Segundo especialistas, as meningites virais e bacterianas são as de maior preocupação para a saúde pública, por sua capacidade de causarem surtos. Em geral, a transmissão ocorre de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. A transmissão também pode se dar pela ingestão de água e alimentos contaminados ou contato com fezes.
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