A crise de pandemia chegou com força total no interior do Rio de Janeiro, sobrecarregando sistemas de saúde e engrossando a lista de vítimas fatais em todo estado
Atravessando a pior fase da pandemia, os municípios do interior do Rio de Janeiro, antes pouco afetados pela Covid-19, agora enfrentam uma situação delicada. Desde o início de março, os 73 municípios fora das regiões de saúde Metropolitana I e II registraram 33,7% (1.359) das mortes.
Os dados da última sexta-feira (09/04) mostram que os números superam os do auge da segunda onda, em dezembro do ano passado (21,8% do total ou 977 mortes), e da primeira até o fim de junho de 2020 (9,6% ou 1.365 vidas perdidas). As informações foram publicadas pelo jornal O Globo.
A fatia do interior na letalidade fica ainda maior quando observado que, de acordo com o IBGE, esses municípios representam apenas 27% da população fluminense (4,6 milhões de habitantes). Outro cenário que escancara a gravidade do momento são as mortes ocorridas em março, que ainda sendo computadas, o mês já pode ser considerado o mais duro da pandemia em pelo menos 23 cidades. Uma realidade que castiga desde de Petrópolis (121 óbitos), Volta Redonda (116), Macaé (68) e Rio das Ostras (59) até as pequenas Areal (11) e Cambuci (7).
Até mesmo polos regionais como Campos dos Goytacazes e Nova Friburgo, que costumam suprir as demandas de saúde de municípios menores do entorno, estão dando conta do volume de pacientes produzido por esse efeito bola de neve. Na cidade do Norte Fluminense, médicos do Centro de Controle e Combate do Coronavírus afirmam que pacientes já dividem cilindros de oxigênio e respiradores. Na sexta-feira passada, 97,26% dos leitos de UTI para Covid estavam ocupados. Na da Serra, em bandeira roxa (a classificação mais grave na pandemia), só havia uma vaga de UTI pública entre as 20 do Raul Sertã.
A maior defasagem na oferta de leitos para Covid no interior, porém, está na Região dos Lagos. Na semana passada, a Defensoria Pública obteve uma liminar para que o governo do estado abra seis leitos de UTI fechados e outros sete prometidos para o Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama, onde uma obra se arrasta há anos. A defensora pública Raphaela Jahara, da Coordenadoria de Saúde e Tutela Coletiva, diz que seria uma forma de amenizar a carência atual na região, que praticamente não tem UTIs. As Unidades para Pacientes Graves (UPGs) da rede pública não atendem a todas as demandas de um paciente grave de Covid.
A essa desassistência hospitalar soma-se o fato de, agora, os surtos de contágio serem quase simultâneos no interior e em áreas metropolitanas, também sobrecarregadas.
A Secretaria estadual de Saúde informou que a regulação unificada, instituída em 13 de janeiro, permite que todos os leitos para Covid-19 estejam aptos a receber pacientes de qualquer município
Fonte: Diário do Rio
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