Febre amarela gera corrida a postos e provoca falta de vacina
16 de fevereiro de 2017

A confirmação de casos de febre amarela em Minas Gerais  e no Espírito Santo provocou uma corrida aos postos de saúde do Rio de Janeiro. Com isso, doses da vacina contra a doença estão esgotadas em várias unidades de saúde da capital fluminense e baixada.

Em postos da zona norte, zona sul e centro da cidade, a frase mais ouvida pelos pacientes é quase sempre a mesma: Não há previsão de quando chegará a vacina.

Embora a Secretaria de Estado de Saúde tenha afirmado que distribuiu cerca de 350 mil doses da vacina para prefeituras do estado, a Secretaria Municipal de Saúde argumenta que já faltam doses em diversos postos.

Nesta quarta-feira, a farmacêutica Jane Carvalho foi a diversas unidades de saúde mas não conseguiu ser vacinada. Jane resume o sentimento de quem quer se proteger contra a doença mas não consegue.

Autoridades municipais de saúde vão se reunir nesta quinta-feira, em Miracema, noroeste fluminense, para discutir a estratégia de imunização contra febre amarela no estado do Rio de Janeiro.

A prioridade é vacinar somente quem for visitar áreas com surto da doença. A professora da rede municipal de ensino Elizabeth Magalhães adverte que o problema pode atingir uma proporção ainda maior.

A orientação é procurar os postos de saúde para se vacinar pelo menos dez dias antes de viajar para áreas com comprovada circulação do vírus. Entre as contra-indicações, estão gestantes, mães que amamentam e pessoas com doenças que causam alterações no sistema de defesa.

A febre amarela não é contagiosa. A transmissão se dá pelos vetores da doença, os mosquitos Aedes Aegypiti e Haemagogus Sabethes. O Brasil está sem registro de casos da forma urbana desde 1942, segundo o Ministério da Saúde.

Brasil tem 234 casos confirmados de febre amarela, e mortes chegam a 79.

O Brasil tem 234 casos confirmados de febre amarela e 79 mortes, de acordo com novo boletim divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Ministério da Saúde. Deste total de óbitos, 69 ocorreram em Minas Gerais, estado mais afetado desde o início do surto.

Tocantins, que já havia descartado algumas notificações da doença, voltou a investigar um novo caso. Espírito Santo é o segundo estado com mais registros e contabiliza 25 pacientes com a doença, sendo que sete deles morreram.

São Paulo tem quatro casos confirmados, mas ainda investiga outros seis. A Bahia ainda não confirmou nenhuma das notificações, mas investiga nove suspeitas da doença.

Os centros de saúde receberam, em todo o país, 1.214 notificações – pacientes com os sintomas, mas que necessitam de uma análise laboratorial para a detecção do vírus. Destes, 103 foram descartados e 877 ainda estão em investigação.

 

O vírus da febre amarela que causa o atual surto no Brasil circula nas áreas ruais, silvestres e de mata, transmitido pelos mosquidos Haemagogus e Sabethes. Pessoas que morem nestas regiões ou que devem viajar nos próximos meses devem receber uma dose da vacina 10 dias antes de chegar ao local.