Em apenas duas semanas, Rio supera casos de Covid dos últimos três meses
14 de janeiro de 2022

Estado soma mais de 69 mil casos registrados da doença em 2022. Especialistas afirmam que Ômicron tem sintomas parecidos com os da gripe e apontam que testagem é fundamental

Uma variante que se espalhou como pólvora nos últimos dias do ano passado faz as duas primeiras semanas de 2022 serem de recordes de casos de covid-19. Nos últimos 14 dias, o estado do Rio teve mais de 69 mil casos, número que supera o dos últimos três meses de 2021, de outubro a dezembro – foram cerca de 63 mil.
 
Diante da explosão de notificações, as secretarias de saúde se esforçam para ampliar a testagem. Neste sábado (15), o estado abre um polo de diagnóstico grátis na UPA do Colubandê, em São Gonçalo.
 
O Painel da Covid estadual aponta que, do dia 2 de janeiro ao dia 13 de janeiro, foram registrados 69.279 casos novos nos municípios do Rio – a contagem de 2022 começa no segundo dia do ano porque os números dizem respeito às 24 horas anteriores. Do início de outubro ao fim de dezembro, foram 63.213 casos. O estado precisou de 12 dias para ultrapassar os 90 dias anteriores. E esses números podem estar subnotificados por conta dos assintomáticos, que acabam não fazendo o teste, e pelo represamento de dados no sistema.
 
Com a explosão de casos, estado e prefeitura se mobilizaram para abrir novos centros de testagem grátis. Neste sábado (15), a Secretaria Estadual de Saúde inaugura seu décimo polo, na UPA do Colubandê, em São Gonçalo. Nos centros de testagem administrados pelo estado é necessário fazer agendamento prévio no site (https://agendamentotestecovid.saude.rj.gov.br/cadastro-exame). 
 
Nesta sexta-feira (14), cariocas mais uma vez se deslocaram para os postos de saúde municipais em buscas de testes. No Hospital Municipal Rocha Maia, em Botafogo, a espera estava bem organizada, sem aglomeração. Já no Centro Municipal de Saúde Maria Augusta Estrella, em Vila Isabel, a fila tomou a calçada.
 
É covid ou gripe? Especialistas apontam importância da testagem e do isolamento
 
A variante Ômicron, que circula de maneira veloz pelo mundo, apresenta comportamento diferente das cepas das primeiras ondas da covid, segundo especialistas. Sintomas que eram bem particulares da doença, como a perda do paladar, já não se manifestam de maneira tão intensa neste momento, o que mexe com a cabeça da população com a pergunta: será que estou gripado, ou com covid?
 
“Na prática, não existe uma diferença de sintoma que feche diagnóstico”, explica Chrystina Barros, especialista em Gestão de Saúde e membro do Comitê de Combate ao Coronavírus da UFRJ. “Tanto para gripe quanto covid, neste momento, os sintomas são genéricos e inespecíficos. Diferente de quando a covid surgiu e muitas pessoas não tinham olfato, nem paladar. Agora, as pessoas tem sintomas relacionados a garganta, cansaço, dor no corpo, febre. Sintomas que também compõem o quadro de gripe”, afirma Chrystina.
 
Com a dificuldade de um diagnóstico mais simples, a orientação da pesquisadora é se isolar imediatamente, com uso de máscara e higienização, além de testar o quanto antes. “A única forma de ter certeza do diagnóstico é através de exames. E obviamente, com a sobrecarga de todo o sistema para testagem, com o risco de desabastecimento de material, é muito importante que as pessoas se cuidem, e a partir de qualquer sintoma, seja gripe, ou covid, busquem medidas de isolamento como medida de contenção. Se afastar de outras pessoas, usar mascara, lavar as mãos o máximo de vezes possível”, completa.
 
Ômicron é menos agressiva e ataca vias respiratórias
 
A médica Roberta França explica que a variante Ômicron apresenta sintomas mais leves do que as cepas que circularam nas ondas anteriores, como a Gama e a Delta. A maior particularidade da Ômicron atual é concentrar os sintomas na face – dor de garganta, dor de cabeça, congestão nasal.
 
“A Ômicron se mostra muito menos agressiva. Os pacientes com a Delta tinham problemas pulmonares muito mais graves. Tínhamos um índice de internação e de pacientes entubados muito maior. O pulmão era extremamente afetado. A Ômicron tem mais sintomas de face, simulando uma gripe. O paciente tem mais coriza, dor de cabeça, dor de garganta. Ela é muito mais transmissível, mas bem menos agressiva. Obviamente, com a vacinação grande das pessoas, ela perde a força”, analisa Roberta.
 
Fonte: Meia Hora
 
 

Movimentação para testes de covid-19 no no Centro Municipal Maria Augusta Estrella, em Vila Isabel MARCOS PORTO/AGÊNCIA O DIA

Movimentação para testes de covid-19 no Hospital Municipal Rocha Maia, em Botafogo CLEBER MENDES/AGÊNCIA O DIA

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Movimentação para testes de covid-19 no Hospital Municipal Rocha Maia, em Botafogo CLEBER MENDES/AGÊNCIA O DIA

Movimentação para testes de covid-19 no Hospital Municipal Rocha Maia, em Botafogo CLEBER MENDES/AGÊNCIA O DIA

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Movimentação para testes de covid-19 no no Centro Municipal Maria Augusta Estrella, em Vila Isabel MARCOS PORTO/AGÊNCIA O DIA

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