Eficácia das vacinas contra Ômicron começa a ser avaliada em testes
1 de dezembro de 2021

A variante Ômicron da Covid-19 acabou de ser descoberta e ainda existem muitas dúvidas sobre ela. A possibilidade da cepa ser mais transmissível, mais mortal, ou que até mesmo que seja capaz de extrapolar a imunidade das vacinas ainda é investigada com cuidado enquanto a Ômicron se espalha pelo mundo todo.

Por conta disso, as farmacêuticas já testam suas vacinas para verificar a eficácia delas contra a Ômicron. Em entrevista para o canal americano NBC, o CEO da Pfizer, Albert Bourla, disse que a empresa já trabalha em uma versão da vacina mais aprimorada especialmente para a nova variante da Covid-19.

O chefe da farmacêutica disse que espera que o processo dure cerca de 95 dias. Apesar disso, ele diz acreditar que a vacina atual seja capaz de barrar a nova variante e explica que aprimorar a fórmula sem ter a certeza se ela vai ser necessária é um procedimento padrão em casos como esse e que isso já foi feito com cepas anteriores.

Vacinas contra a Ômicron

A Janssen também anunciou na última segunda-feira (29) que está convocando voluntários para testar a eficácia de seu imunizante de dose única contra a nova variante. No Brasil, a vacina já está sendo aplicada em duas doses.

Já a moderna diz que investiga se vai ser necessária uma dose de reforço com uma fórmula alterada para combater a cepa. O imunizante da empresa não é aplicado no Brasil.

As farmacêuticas correm contra o tempo para entender os efeitos da variante Ômicron contra as vacinas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que a nova cepa é potencialmente perigosa devido ao seu alto número de mutações. 

As alterações mais preocupantes da Ômicron são na Proteína Spike, justamente a parte do vírus usada por boa parte das vacinas para combater a infecção por Covid-19.

Em contato com o Olhar Digital, o infectologista consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Dr.Julival Ribeiro, disse que a nova variante da Covid-19 possui um alto número de alterações e precisa ser observada com urgência.

“Essa variante é até agora com o maior número de mutações. Nós não sabemos o comportamento, mas os cientistas estão estudando urgentemente”, explicou. O médico ainda comentou sobre as restrições de passageiros de países da África. 

“Acho que é uma medida preventiva que alguns países da Europa anunciaram e está altamente correta. O mundo é conectado, acho que essa variante pode chegar em qualquer lugar”, disse.

O especialista ainda reiterou que essa variante Ômicron pode não ser tão perigosa quanto parece, como já ocorreu com outras. A beta, por exemplo, foi considerada como um grande potencial de ser mais contagiosa, mas foi a Delta que se espalhou pelo mundo. “A gente ainda não sabe se essa variante vai causar o que se espera, mas todo cuidado é pouco”, finalizou.

Fonte: Olhar Digital

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