Leptospirose, hepatite A, dengue, zika e chikungunya podem ser transmitidas pela água das chuvas misturada com esgoto humano.
As chuvas intensas voltaram a assolar e por toda a parte já é possível encontrar bairros alagados. Um grande problema das enchentes é o auto risco da incidência de doenças infectocontagiosas. A população precisa estar atenta a prevenção evitando problemas de saúde, que podem ocorrer por meio do contato com a água contaminada de enchentes por vírus e bactérias.
A leptospirose é a principal. Através do contato direto com a urina do rato, mobilizada pela água da enchente, que muitas vezes acaba inclusive inundando casas ou calçadas. Ao entrar em contato com a pele humana a bactéria leptospira pode penetrar no organismo causando sintomas como febre, dores de cabeça, nos músculos e náuseas. Se não for diagnosticada com antecedência, a doença pode levar a morte.
O risco da transmissão da leptospirose é maior nos bairros ou áreas onde há circulação de ratos, como próximos de lixo, entulhos ou terrenos baldios. O infectologista Bernardo Almeida, explica que outro grupo de doenças aumenta em incidência nesse contexto: enfermidades transmitidas por mosquitos como a Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela.
A população também precisa estar atenta a hepatite A, que pode ser transmitida pela água misturada com esgoto humano. As enchentes também aumentam o risco de diarreia aguda e da febre tifóide, que é causada por uma bactéria encontrada nas fezes de animais.
De acordo com o infectologista, é preciso evitar o contato com água de enchente. “Caso seja necessário, é importante utilizar roupas e botas impermeáveis, para evitar o contato da água com a pele, principalmente se houver cortes ou feridas”, disse Bernardo.
Em relação às doenças transmitidas pelos mosquitos, Almeida comenta que o principal cuidado é impedir a procriação do transmissor, evitando água parada. “Para isso, deve-se atentar para utensílios em casa ou em terrenos próximos que costumam ser focos de procriação, como pneus, vasos, potes e piscinas abandonadas. As caixas d’água devem ser mantidas devidamente tampadas. Além disso, repelentes e telas nas janelas são medidas fundamentais”.
O que fazer em caso de contato com água de chuva dos alagamentos?
O infectologista recomenda que, caso as pessoas entrem em contato com água de chuva dos alagamentos, o ideal é lavar com água e sabão abundante, principalmente se houver cortes ou feridas. “Claro que nem todas as pessoas que tiverem exposição irão desenvolver doença, mas deve-se manter em alerta por até 30 dias, que é o período máximo entre o contato e o desenvolvimento de sintomas da leptospirose”, completou Bernardo Almeida.
Outras dicas
– Para evitar as enchentes: não jogue lixos e entulhos em vias públicas e córregos;
– Durante as enchentes, caso o nível de água continue subindo vá com sua família para um lugar seguro;
– Evite locais aglomerados e com pouca circulação de ar, caso não consiga, utilize máscara e higienize mãos e objetos com álcool em gel;
– Fortaleça o sistema imune comendo frutas cítricas, como laranja, limão e chás rico em vitamina C, como o de abacaxi;
– Em caso de febre, vômitos, diarreias, dores de cabeça ou no corpo, procure imediatamente a unidade de saúde mais próxima.
Fonte: Folha Vitória
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