Problemas renais afetam cerca de 850 milhões de pessoas no mundo todo
Nesta quinta-feira (14), é lembrado o Dia Mundial do Rim, que traz como tema este ano “Saúde dos Rins para Todos”. Apesar de ser bastante conhecido, você sabe qual a importância desse órgão para o bom funcionamento do corpo?
Antes de mais nada, vale lembrar que nós temos dois rins. Eles ficam localizados na parte posterior do abdômen, um no lado direito e outro no esquerdo. A principal função da dupla é filtrar o sangue para controlar a quantidade de água e de sal no corpo, eliminar toxinas, ajudar a controlar a hipertensão arterial e produzir hormônios que impedem a anemia e a descalcificação óssea, além de eliminar medicamentos e outras substâncias ingeridas. Justamente por acumularem todas essas funções é fundamental manter a saúde dos órgãos.
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, 850 milhões de pessoas têm doença renal em todo o mundo. Esse problema causa pelo menos 2,4 milhões de mortes por ano, com uma taxa crescente de mortalidade. E os mais afetados são indivíduos que vivem em países de baixa e média rendas.
De acordo com a diretora de Políticas Associativas da Sociedade Brasileira de Nefrologia, Cinthia Vieira, os principais fatores de risco para doenças renais são a hipertensão arterial, o diabetes e o histórico familiar de doenças renais. Mas obesidade, fumo e uso de medicações tóxicas também podem afetar a saúde dos rins.
— No Brasil, um em cada 10 brasileiros vai ter algum tipo de doença renal. Ele tem e não sabe, porque a doença renal é silenciosa. Ela não apresenta sintomas maiores. E como diabetes e hipertensão são doenças prevalentes no Brasil, e lembrando também da obesidade, essas doenças levam à doença renal crônica. E se a pessoa tiver uma função renal muito prejudicada, abaixo de 10%, vai entrar em hemodiálise, em diálise peritoneal ou vai precisar de transplante — explica a nefrologista.
Como se prevenir
Para prevenção, uma das principais dicas é adotar uma dieta menos salgada.
— No Brasil, comemos em torno de 12 gramas de sal por dia, quando o adequado seria em torno de dois. O sal tem um efeito de reter mais água. Isso faz os rins trabalharem com uma pressão mais alta, levando a uma doença renal ou uma doença renal crônica. E para quem é diabético, a dieta também deve ser controlada, especialmente em relação ao açúcar — chama a atenção a médica Cinthia Vieira.
A hidratação também é indispensável e significa beber boas quantidades de água.
— Não devemos esperar a sede para beber água. A sede já significa a desidratação — alerta a médica.
Idosos, pessoas com doença cardiovascular e pacientes com história de doença renal em familiares têm grande potencial para desenvolver lesão renal e devem ser investigados com triagem de exames de urina e dosagem de creatinina no sangue.
— São exames simples, disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde), que trazem informações valiosas para dizer como os rins estão funcionando. A recomendação é fazer o exame uma vez por ano. E quem já tem uma história familiar, hipertensão ou diabetes, é de no mínimo de seis em seis meses.
Identificação da doença renal crônica
Mesmo sem apresentar sinais físicos, é possível suspeitar do problema respondendo algumas perguntas. Se apenas uma resposta for positiva, o mais recomendado é procurar um médico para fazer exames.
- Tem pressão alta?
- Tem diabetes?
- Tem casos de doença renal crônica na família?
- Tem caso de transplantado renal na família?
- Tem algum caso de diálise na família?
- É fumante?
- Tem mais de 50 anos?
- Tem doença cardiovascular?
- Toma algum medicamento sem receita médica?
Fonte: Ministério da Saúde
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