Desinformação pode levar pessoas a passarem anos sem um diagnóstico correto e até perderem a esperança da cura
A depressão (CID 10 – F33), assim como diversos outros distúrbios emocionais, é fonte de muitas dúvidas e estigmas. Há quem acredite que a doença é “frescura” ou coisa de gente fraca emocionalmente.
1. Depressão tem cura?
De acordo com a psiquiatra Evelyn Vinocur, a depressão tem cura, sim, e mais de 80% dos indivíduos com transtornos depressivos consegue melhorar com o tratamento. Os medicamentos também estão mais avançados e novas formas de terapia vêm sendo descobertas.
Muitas vezes, a doença pode estar sendo causada por distúrbios hormonais, como a desregulação da tireoide. Por isso, o primeiro passo em direção à cura é buscar o diagnóstico de um especialista. A partir daí, é possível encontrar as raízes do problema e a melhor forma de resolvê-lo, seja com medicamentos, psicoterapia ou ambos.
2. Depressão é doença?
A depressão é classificada como doença pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Além de causar prejuízos psicológicos, como tristeza excessiva e falta de motivação, o distúrbio também oferece riscos à saúde física.
Enfrentar um quadro depressivo pode reduzir nossa imunidade, causar dores musculares e afetar o funcionamento gastrointestinal do corpo.
3. Como ajudar alguém com depressão?
Por mais que queiramos oferecer suporte, precisamos respeitar o espaço de quem está com depressão e evitar fazê-la se sentir ainda mais incomum. Para o psiquiatra Pérsio Ribeiro, não adianta forçar a pessoa a buscar tratamento ou refletir sobre algo que pode causar dor emocional.
Conversar e oferecer companhia para quem enfrenta um quadro depressivo pode ser a melhor alternativa de mostrar apoio a quem amamos. “Desconstruir preconceitos, informar que existem saídas e se solidarizar com o deprimido é o primeiro passo na ajuda”, indica o especialista.
4. Depressão é falta de Deus?
Um dos maiores preconceitos que permeiam a depressão indica que só sente tristeza quem não possui religião ou crença em figuras espirituais. Entretanto, isso não é verdade. Todos estão vulneráveis a desenvolver a doença, já que ela ocorre por fatores químicos, hormonais e até mesmo genéticos.
Os motivos psicológicos e sociais, ao contrário do que se pensa, são consequências do distúrbio, e não a causa dele.
5. Como sair da depressão?
Superar a depressão depende de um conjunto de ações internas e externas. É necessário buscar a psicoterapia e, muitas vezes, fazer o uso de medicamentos. Em sintonia com as medidas “tradicionais”, é preciso falar sobre a doença, estar acompanhado de quem amamos e trazer mudanças para a rotina.
Exercícios físicos e técnicas de relaxamento, como a meditação, podem proporcionar alívio e acelerar o tempo de cura. Evitar o consumo de álcool, manter a qualidade do sono e fazer coisas que amamos também pode tornar o dia a dia menos desanimador.
6. Depressão é hereditário?
Ter alguém na família que sofre com a depressão não significa que iremos obrigatoriamente desenvolver a doença. Entretanto, teremos uma maior predisposição ao distúrbio emocional.
Para impedir que isso aconteça, é essencial passar por um acompanhamento psicológico com certa frequência e estar atento aos sinais que o corpo e a mente nos dão. O início de um quadro depressivo pode ser lento, mas quando menos percebemos, começamos a viver de um modo oposto ao que éramos acostumados.
7. Depressão é frescura?
A depressão é um transtorno neuroquímico no organismo. Portanto, trata-se de uma reação biológica, que nenhum de nós é capaz de controlar. O estigma acerca da doença faz com que muitos acreditem que pedir ajuda seja sinal de fraqueza.
Entretanto, buscar tratamento é um ato de coragem, pois estamos defendendo o nosso próprio bem-estar, independente dos preconceitos que existem. Sempre tenha em mente que estar saudável emocionalmente é mais importante do que as opiniões que os outros têm de nós.
8. Quais os sintomas da depressão?
A depressão pode causar sintomas emocionais e físicos. Alguns dos mais comuns são:
- Apatia
- Falta de motivação
- Insônia
- Perda ou aumento de apetite
- Ansiedade
- Vontade de morrer
- Dores de barriga
- Azia
- Dores de cabeça
- Pressão no peito
- Queda da imunidade
Muitos sinais da depressão podem ser confundidos com outras doenças. Por isso, várias pessoas acabam realizando tratamentos que combatem os sintomas e não as causas de seus desconfortos.
Para evitar que isso aconteça, é necessário atentar-se não apenas ao que sentimos, mas também ao momento em que estamos vivendo. Confira outros sintomas de depressão para identificar se está na hora de buscar ajuda.
9. Como diferenciar ansiedade e depressão?
Na ansiedade, estamos constantemente preocupados com as possibilidades de algo dar errado. Não conseguimos nos desligar dos problemas e, como consequência, aparentamos estar sempre à beira do esgotamento mental.
Já a depressão traz o sentimento de falta e de que há vazios em nossas vidas que não podem ser preenchidos. Ao contrário do ritmo excessivamente acelerado da ansiedade, o quadro depressivo nos deixa sem motivação para viver. Não conseguimos encontrar a felicidade em coisas que antes nos animavam.
De acordo com o psiquiatra Luis Guilherme Labinas, os dois distúrbios podem coexistir. O excesso de medos reduz a qualidade de vida e, assim, podemos desenvolver a depressão. Porém, mais importante do que diferenciar as duas doenças, é compreender que algo pode não estar certo dentro de nós.
10. O que causa depressão?
A depressão pode ser causada por fatores psicológicos e sociais. Entretanto, a predisposição de nosso organismo acaba sendo a maior responsável pelo surgimento da doença.
Muitas influências externas podem servir como um gatilho para nos fazer entrar em um quadro depressivo, como:
- Sofrer abuso físico, sexual ou emocional
- Medicações específicas
- Conflitos
- Morte ou perda
- Genética
- Doenças graves
- Abuso de substâncias
Vivenciar altos níveis de estresse na rotina, ter preocupações excessivas e estar constantemente insatisfeito com a realidade também podem causar desequilíbrios químicos no cérebro, trazendo a depressão.
Fonte: Minha Vida
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