Depois de Covid-19, China reporta caso de peste bubônica
6 de julho de 2020

Os três países atualmente mais afetados por desta doença bacteriana são Madagáscar, a República Democrática do Congo e o Peru, segundo a Organização Mundial da saúde.

Doença, transmitida pela pulga de roedores, dizimou um terço da Europa durante a Idade Média e foi identificada na fronteira com a Mongólia

Uma cidade da Mongólia emitiu esta segunda-feira o alerta de saúde de nível 3, o segundo mais baixo, na escala da China, depois de ter sido diagnosticado um possível caso de peste bubónica, informou a imprensa oficial.

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A Comissão Municipal de Saúde de Bayannur, na região autónoma da Mongólia Interior, revelou que um pastor foi internado num hospital local, onde foi diagnosticado com a doença. O doente permanece isolado e em condição “estável”, segundo a mesma fonte.

O alerta de nível 3 permanecerá em vigor até ao final deste ano, para prevenir e controlar possíveis surtos de peste bubónica. A escala vai de 1 a 4, sendo o nível 1 o mais alto e o 4 o mais baixo.

Esta doença, causada pela bactéria Yersinia pestis, causou três grandes pandemias na história da humanidade. Espalhou-se pelo mundo a partir da Sibéria e da Mongólia, pela Ásia e pela Europa, até ao Médio Oriente e África. A primeira pandemia começou em 541, no Império Romano, e durou dois séculos – foi a Peste Justiniana. A segunda, que ficou conhecida como a Peste Negra, veio da Ásia para Itália em 1346 e continuou durante quatro séculos a infectar a população europeia. Estima-se que ao longo dos séculos terá morto 50 milhões de pessoas, num continente que tinha então 80 milhões de habitantes. A terceira pandemia começou em 1850 na China, e espalhou-se pela Ásia: na Índia terá feito pelo menos 20 milhões de mortos.

No entanto, desde a invenção dos antibióticos, a doença não representa o perigo que foi ao longo da história, embora continue a inspirar terror.

A doença não está eliminada, e continuam a surgir, esporadicamente, alguns surtos. No ano passado, também na Mongólia, surgiram alguns casos. Em Madagáscar, houve surtos em 2017 e 2018. Atualmente, os três países mais afetados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, são Madagascar, a República Democrática do Congo e o Peru.

Na Mongólia, o executivo municipal de Bayannur pediu aos cidadãos que fossem mais cautelosos na prevenção do contágio entre seres humanos e exigiu que não consumissem animais que possam causar infecções pela doença.

A Comissão Municipal de Saúde também pediu aos cidadãos que informem se encontrarem marmotas ou outros animais doentes ou mortos, e lembrou que a caça de animais que podem transportar a doença está proibida. A menção específica de marmotas pode estar relacionada com dois casos confirmados de peste bubónica, na semana passada. Nesse caso, dois irmãos foram hospitalizados com a doença, após terem comido carne de marmota.

Estes animais e outros pequenos mamíferos carregam pulgas infectadas com a bactéria Yersinia pestis, que causa a peste bubónica. No caso da peste bubônica, os sintomas geralmente aparecem após um período de um a sete dias e, se não for tratada com antibióticos, a doença apresenta uma taxa de letalidade entre 30% e 60%.

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