Não tem dia nem noite, feriado ou não, eles estão trabalhando para salvar uma vida e muitas vezes maltratados e mal pagos. Quantas pessoas atenderam? Ou quantas vidas foram salvas nesta última semana de festas, entre Natal e Réveillon? Ou quantos que deixaram suas famílias para cumprir sua missão?
A fascinante vida de ser enfermeira (o)
“A Enfermagem é uma arte e para realizá-la como tal requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto à obra de qualquer pintor ou escultor, pois o que é tratar da tela morte ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes, poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!”
(Florença Nightingale)
“Texto de uma enfermeira”
Nas horas “mortas” da madrugada, enquanto a imensa maioria dos cidadãos
usufrui de seu merecido repouso, alguns velam a madrugada, num combate
feroz contra a dor, a morte e o sofrimento.
Em meio a gemidos, reclamos, desespero e agonia, exercitamos o duro ofício
de oferecer remédio, alívio, resgate e, quando necessário, consolo.
Pagamos um preço elevado: envelhecemos mais cedo, nosso sono é desregulado,
a alimentação desregrada, o estresse elevado. Nossas famílias se privam de
nossas presenças, nossas camas ficam vazias. Ostentamos elevados índices de
distúrbios orgânicos e emocionais pelo rigor de nossas batalhas.
Mas escolhemos este caminho por amor à vida. Sabíamos que seria difícil e
desgastante. E, embora alguns destoem de nossos ideais e nos envergonhem
com suas posturas e condutas, a esmagadora maioria luta suas pelejas com
devoção e dignidade.
Embora soubéssemos que seria um árduo caminho, não tínhamos consciência
plena de que também sofreríamos com a incompreensão e ingratidão de muitos,
e tampouco poderíamos, nem em nossos piores pesadelos de jovens idealistas,
imaginar que seríamos alvos preferenciais de uma terrível campanha
ideologicamente concebida e orquestrada, com o único objetivo de nos
desmoralizar e demonizar frente àqueles que precisam de nosso trabalho.
Mas continuamos, apesar de tudo, acreditando na importância e beleza de
nosso ofício, e vencendo a maioria das batalhas contra as doenças e as
mortes evitáveis. E continuaremos a nos emocionar com uma vida salva, uma
dor aplacada ou mesmo com a dor da perda por parte de um completo estranho.
Continuaremos, todos os dias e o dia todo, em prontidão para combates que
nunca são simulados, e faremos o melhor que pudermos.
Não, não somos nem deuses e nem semi-deuses. Somos pais, mães, filhos e
filhas, cidadãos, gente, seres humanos. Precisamos de descanso, de
compreensão, de apoio. Precisamos de dignidade para trabalhar com a
plenitude de nossas capacidades. Podemos errar, mas nunca por ser esta
nossa intenção, mas porque nosso trabalho nos dá, às vezes, uma janela de
poucos minutos ou mesmo segundos para tomar decisões gravíssimas.
E, quando ouvimos um agradecimento ou um gesto de reconhecimento, cada vez
mais raros nestes dias de valores corrompidos e distorcidos, sentimos que
tudo valeu a pena.
Aos amigos do SAMU de Seropédica
Aos
Enfermeiros
Técnicos de Enfermagem
A serviço da VIDA! ❤
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