Morador do condomínio Jardim Iaraquã, em Campo Grande, Ricardo Celso, de 66 anos, tem apenas água mineral na geladeira. “Desde o começo da semana, eu e meu filho mais velho tivemos problemas intestinais. Então, prefiro não arriscar”. A apreensão tem a ver com o cheiro forte e a cor escura da água, que afeta bairros das zonas Norte e Oeste do Rio desde o último dia 6.
O síndico Carlos Bottino afirma que tem feito análises diárias da água que abastece os 400 apartamentos. “A qualidade da água está ok, mas as pessoas podem estar tendo problema com o consumo em outros locais”.
Com 25 blocos e quase 2.000 moradores, o Jardim Iaraquã é um dos maiores da Zona Oeste, região com grande número de reclamações sobre a qualidade da água. No Rio são quase 30 mil condomínios, onde vivem 3,5 milhões de pessoas, conforme dados do Sindicato da Habitação (Secovi Rio). E os síndicos estão apreensivos.
AUMENTO DA PROCURA
De acordo com Rodrigo Lopes, biólogo do laboratório Ambient Control, situado em Piedade, na Zona Norte, a procura dos condomínios por análises da água consumida pelos moradores aumentou consideravelmente nesta semana. “Muitos condomínios que já tinham feito a análise recentemente solicitaram novamente o serviço”.
Para o presidente do Secovi Rio, Pedro Wähmann, esse cuidado já faz parte da realidade dos condomínios fluminenses. “Eles têm por obrigação contratar a limpeza de reservatórios e exame da qualidade da água a cada seis meses. Portanto, já devem contar com um prestador de serviços qualificado pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente)”.
Fonte: O DIA
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