Chineses descobrem nova enzima que facilita infecção pelo vírus Sars-CoV-2
22 de fevereiro de 2023

De acordo com pesquisadores da Universidade de Hong Kong, a inibição de algumas proteínas pode reduzir significativamente a replicação pelo coronavírus

Cientistas chineses identificaram novos determinantes de protease que facilitam a infecção pelo vírus da Covid-19, incluindo pela variante ômicron do coronavírus. A pesquisa conduzida por experts da Universidade de Hong Kong foi publicada em 20 de janeiro na revista Science Advances.

Os pesquisadores da Faculdade de Medicina Li Ka Shing da universidade descobriram que os membros das famílias de metaloproteinase de matriz do tipo membrana (MT-MMP) e famílias de desintegrina e metaloproteinase (ADAM) são capazes de mediar a entrada do vírus com eficiência aumentada contra a cepa ômicron BA.1.

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Usando um sistema de triagem de pseudovírus, os cientistas identificaram o envolvimento de MT-MMP e ADAM do tipo membrana na entrada de células virais. A importância da infecção mediada pelo MT-MMP foi então avaliada usando modelos in vitro e in vivo.

Os pesquisadores mostraram que a inibição de MT-MMPs reduz significativamente a replicação do coronavírus, indicando que essa pode ser uma nova estratégia para combater o vírus, incluindo a variante BA.1 e outras sublinhagens da ômicron.

O tratamento com o inibidor pan-MMP, por exemplo, reduziu a quantidade de Sars-CoV-2 em 96% e 85% nas células do pulmão e do intestino humano, respectivamente.

Em experimentos com hamsters, os resultados também foram positivos: o tratamento com pan-MMP diminuiu significativamente a carga viral infecciosa e também aliviou a patogênese nos pulmões dos animais.

A equipe descobriu ainda que a BA.1 tem uma eficiência aumentada no uso de MT-MMP, em comparação com o Sars-CoV-2 ancestral. Além disso, o inibidor pan-MMP demonstrou maior potência em combater a replicação da ômicron nos cornetos nasais e pulmões dos roedores, em comparação com o inibidor de serina protease, camostat.

Segundo os pesquisadores demonstraram, os MT-MMPs podem clivar a proteína spike do coronavírus e uma proteína receptora chamada enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2), facilitando uma fusão da spike com proteases do hospedeiro.

“Esses resultados revelam determinantes adicionais de protease para a infecção por Sars-CoV-2 e aprimoram nossa compreensão sobre a biologia da entrada do coronavírus”, concluíram os pesquisadores.

Fonte: Revista Galileu

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