Bolsonaro tinha razão: OMS volta atrás e retoma cloroquina
5 de junho de 2020

Entidade garante que continuará inspecionando a segurança do produto

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que está retomando os ensaios clínicos com hidroxicloroquina para tratar doentes com a covid-19. De acordo com o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, não há razão para alterar o protocolo dos ensaios clínicos solidários. 

A partir desta decisão, os ensaios clínicos com a hidroxicloroquina vão continuar no grupo de mais de 3.500 pacientes voluntários de 35 países. Segundo ele, a OMS vai continuar “controlando a segurança” do uso do medicamento em doentes com covid-19, bem como de outros usados nos ensaios clínicos. 
 

A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, frisou que “neste momento, não há provas de que qualquer medicamento reduza a mortalidade em pacientes com covid-19” e por isso “é uma prioridade urgente continuar os ensaios clínicos randomizados para obter essas provas tão rapidamente quanto possível”. 

 

Nesta semana, a revista científica britânica Lancet voltou a atrás emitiu uma “manifestação de preocupação” referente a um estudo sobre o aumento do risco de morte em pacientes com Covid-19 a quem seja administrada hidroxicloroquina. Agora, a revista afirma que o alerta sobre segurança do medicamento acabou interrompendo os testes, o que foi considerado prejudicial nesse momento. 

O estudo em questão levava em consideração 96 mil registos médicos eletrônicos de pacientes hospitalizados e sugeria que aqueles tratados com cloroquina ou hidroxicloroquina apresentavam maior taxa de mortalidade e mais arritmias cardíacas. 

“Encontramo-nos numa pandemia sem precedentes. Organizamos estes enormes ensaios clínicos para descobrir se algum tratamento funciona. E este estudo parou ou suspendeu alguns desses ensaios e alterou a narrativa em torno de um medicamento que ninguém sabe se funciona ou não”, afirmou o médico e professor Walid Gellad.