14 de novembro é considerado o Dia Mundial da Diabetes. Uma doença que atinge mais de 12,5 milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. Viver com a doença requer cuidados especiais, controle constante e em alguns casos, medicação diária. É o caso da nossa entrevistada de hoje, a Beatriz Scher, empresária, formada em Relações Públicas, estudante de Biomedicina e que convive com diabetes tipo 1 desde os 6 anos. Ela também é dona do Biabética, um site criado para “incentivar pessoas com diabetes a verem a vida doce de forma mais leve e positiva, além de estimular a educação em diabetes pela internet, de forma acessível”.
Quem é a Bia e como surguiu o Biabética
“Me lembro de não me sentir diferente em nenhum momento, de ser incluída em praticamente tudo que minha família e amigos faziam. Meus pais fizeram questão de me criar com o pensamento de que eu tinha apenas uma condição de saúde e que precisava aplicar insulina e medir a glicemia em alguns momentos do dia. Nunca vi o diabetes como uma doença pesada como as pessoas costumam fazer. Nunca tive vergonha de falar que tinha diabetes, nem mesmo na adolescência”.
Quem quiser saber mais sobre como foi a infância da Bia convivendo com o diabetes, é só acessar esse link aqui.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), essa é uma é uma doença crônica que faz com que o corpo não produza insulina ou não consiga empregar adequadamente a insulina que produz. A insulina, que é um hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue. De acordo com a SBD, o corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose, que obtemos por meio dos alimentos, como fonte de energia. Muitas das pessoas diagnosticadas com diabetes precisam administrar insulina no corpo.
Atualmente, o Brasil é o quarto país com o maior número de diabéticos do mundo. A Bia tem diabetes tipo 1 (que acomete crianças e adolescentes) e precisa fazer uso da insulina. Por ter crescido com a doença, ela não vê a insulina como uma inimiga ou motivo de vergonha e sim, como uma aliada para manter uma boa qualidade de vida.
“Não sinto a menor vergonha. Acredito que seja pelo fato de como eu enxergo o meu diabetes. Não é uma opção pra mim ficar sem insulina, porque eu teria vergonha de algo que preciso para viver? Sou grata por existir a insulina e pelo tratamento que tenho hoje”.
Além do controle da glicemia, a Bia conta que precisa de cuidados com outras coisas também. “Tento me alimentar de forma saudável e praticar atividades físicas regularmente, além de estudar constantemente sobre diabetes”.
O Biabética existe desde 2015 e já serviu pra tirar dúvidas de muita gente por aí. O nome veio de um apelido que ela ganhou. “Veio do meu namorado, que me chamava assim quando começamos a namorar”.
Ela conta que no blog, as dúvidas mais frequentes dos leitores são sobre “bomba de insulina, sensores e como conseguir os insumos de forma gratuita pelo governo ou plano de saúde”.
A importância de ter amigos diabéticos
Em um dos posts, Bia fala da importância de ter amigos diabéticos. No texto, ela explica essa necessidade como sendo algo que você não sabe a importância que tem, até o momento que passa a ter. “Quando você se mistura com os demais parecidos você, você se torna igual aos outros. Você se torna mais um no meio. Antes de conhecer tanta gente eu não me sentia anormal, mas me sentia diferente”.
Bia diz que durante a juventude, conhecia pouca gente que também tinha a doença, mas que depois da criação do blog e de participar mais efetivamente de grupos de diabéticos, perdeu a conta de quantas pessoas com a doença ela conhece.
“Sou grata por ter amigos maravilhosos, com ou sem diabetes. A conexão com os que têm diabetes é inexplicável. Nos entendemos sem precisar falar nada porque temos a mesma condição de saúde, os mesmos medos, desejos, sintomas. É acolhedor poder conversar com uma pessoa que sente as mesmas coisas que você, que vive o que você vive”. Quer ler mais sobre isso? Se liga no texto.
Biabética: viajar também está na lista
Uma doença que requer tanto cuidado pode até parecer um empecilho pra quem quer viajar, mas não é. Quer saber o que muda pra ela quando vai viajar? A gente te conta!
“Minha rotina é a mesma, independente de onde eu estiver: preciso checar a minha glicemia sempre antes das refeições, contar os carboidratos e aplicar insulina. O que muda quando estou viajando é que preciso planejar a quantidade de insumos que levo para não passar sufoco (seringas, tirinhas, insulina etc). Mas não é algo tão difícil assim. Com planejamento eu me sinto mais segura. Existe um mito de que pessoas com diabetes não podem/deveriam viajar sozinhas. Isso depende bastante, porque se a pessoa se planeja, se cuida e tem conhecimento e responsabilidade sobre a sua própria condição, ela pode fazer o que quiser. Sozinha ou na companhia de um familiar, amigo. O importante, acima de tudo, é estar preparado para imprevistos, se conhecer e se responsabilizar. O cuidado quando se viaja sozinho precisa ser mais intenso para evitar perrengues”.
É claro que é preciso cuidado, mas a Bia garante que é possível aproveitar 110% de uma boa viagem.
“A minha principal dica é: Planeje-se. Para tudo. Leve 3x a quantidade de insumos que usaria no período da viagem, pois tudo pode acontecer. Faça um seguro viagem e pesquise se tem algum pronto socorro perto do hotel onde ficará. Leve um documento informando sobre a sua condição em inglês, que é uma língua universal e seja feliz! Curta!”.
“Não tenha medo. Se você se planejar com cuidado, levando tudo o que precisa, pesquisando sobre como as pessoas do local pra onde vai viajar lidam com o diabetes e tomando os cuidados necessários com a glicemia, não há porque ter medo. Você precisa estar preparado para tudo, apenas isso. O diabetes tende a ficar mais quietinho quando estamos felizes”.
Clique aqui para baixar o e-book “Manual da Viagem com Diabetes”, feito pela Bia.
Biabética: uma loja virtual que te ajuda a lidar melhor com a doença
“Comecei com a loja quando fiz umas pulseiras artesanais pra mim mesma e vi muitas pessoas pedindo que eu as vendesse. Em seguida, comecei a decorar meus glicosímetros e bomba de insulina e as pessoas queriam também. Vi uma oportunidade ali de oferecer cor ao tratamento, para que a rotina ficasse um pouco mais leve. Hoje tenho camisetas, bolsas, adesivos, quadrinhos, canecas… tudo com frases que as pessoas com diabetes se identificam. A escolha de estampas é simples. Faço essas duas perguntas: ‘é algo que as pessoas com diabetes falam/pensam? Eu usaria?” Se a resposta for sim, eu crio uma nova estampa. A aceitação é ótima e a loja ajuda muito a manter o Biabética na criação de conteúdo diário”.
E dá pra encontrar de tudo um pouco por lá: canecas, camisetas, adesivos e outras coisinhas! Quer conhecer? Dá uma olhada na lojinha.
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Fonte: 360 Meridianos
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