Ao longo dos anos, a temática da compostagem 100% vegetal vem ganhando espaço entre os agricultores. Neste ano, na quinta edição do curso de compostagem orgânica oferecido pela Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), não foi diferente. Cerca de 30 agricultores e técnicos da Baixada Fluminense participaram da atividade, realizada no último dia 16.
“Primeiro eles conheceram as características básicas da compostagem e assistiram ao vídeo educativo disponível no YouTube. Depois, partiram para a parte prática”, conta a analista Nátia Élen Auras, do setor de Transferência de Tecnologia e responsável pela organização do evento. “O tempo estava favorável e foi montada uma bela pilha de composto. Os próprios participantes pegaram no ancinho, com entusiasmo, e ajudaram. O Terraço forneceu o capim-elefante, que, desta vez, foi misturado com farelo de trigo, ao invés de torta de mamona”, relata.
A substituição é uma alternativa que pode ser aplicada na prática cotidiana. É o que atesta o agricultor José Silva de Vasconcelos, de Duque de Caxias, que tem feito a troca sempre que não consegue usar a torta de mamona. “O curso é tão bom que esta foi a terceira vez que participei”, diz, animado. Adepto da agricultura orgânica, ele afirma que tem aplicado a técnica rotineiramente em sua propriedade. “Até agora está dando muito certo”, exclama.
Embora já tivesse visitado a Fazendinha Agroecológica e já conhecesse o tema por meio das aulas ministradas na Escolinha de Agroecologia de Nova Iguaçu, o agricultor Roldão dos Santos, de Queimados, participou pela primeira vez do curso de compostagem. “Já conhecia a técnica e já apliquei. Deu certo. Gosto muito de agroecologia, então foi muito bom ter feito o curso”, diz.
Sobre a técnica
O composto 100% vegetal, desenvolvido pelo pesquisador da Embrapa Agrobiologia Marco Antônio Leal, utiliza materiais como torta de mamona, bagaço de cana-de-açúcar e palhada de capim-elefante em sua composição, sem a necessidade de adição de inoculantes ou adubos minerais. Ele é uma alternativa aos adubos orgânicos, que, em sua maioria, utilizam esterco bovino e cama de aviário, materiais de difícil obtenção e custo elevado e que geralmente apresentam problemas de contaminação química ou biológica.
Segundo Marco, os fertilizantes orgânicos e substratos obtidos a partir desse processo apresentam qualidade superior aos similares encontrados no mercado e podem ser utilizados também na agricultura orgânica. “Esses produtos são isentos de contaminação biológica, não utilizam adubos minerais e seu custo pode ser muito inferior. Além disso, podem ser produzidos tanto em grande escala como na pequena propriedade rural, já que utiliza um processo industrial simples, que não necessita de grandes investimentos em infraestrutura”, explica.
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