Curiosidades: Conheça a cidade onde não dá para saber onde você está
26 de agosto de 2024

Chongqing tem 31 milhões de moradores e 82 mil km²

A cidade de Chongqing (China) é bem peculiar, pois prédios de formatos distintos se encontram em andares diferentes, impossibilitando para o morador ou visitante saber em qual andar realmente está.

A viajante e criadora de conteúdo Marina Guaragna, mostrou, em vídeo publicado em suas redes sociais, a experiência de tentar andar por lá. Isso pode ser confuso para quem não é de lá. Por quê? A exemplo, ela visita uma praça no topo de um prédio de 22 andares. Veja:

Nunca vi nada parecido com essa cidade no mundo todo. Quando você acha que está no térreo, olha para baixo e descobre que está em cima de um arranha-céu. Até sair do hotel é um desafio, já que existem várias saídas que dão para ruas diferentes em diferentes níveis.

Marina Guaragna, viajante e criadora de conteúdo

Como a cidade chinesa virou um jogo de tetris

  • Chongqing é considerada uma megalópolis das mais populosas de todo o mundo desde 2006 por ter centro urbano com mais habitantes que todo o território do Peru ou do Iraque;
  • Assim, a cidade e seus arquitetos buscaram soluções criativas para a circulação de seus atuais mais de 31 milhões de moradores;
  • Como lembra o UOL, um dos resultados desse brainstorming foi um metrô que passa por um prédio de 19 andares;
  • Um artigo da Tomorrow City, mantida pelo Congresso da Exposição Universal de Cidades Inteligentes, explicou que esse formato surreal também tem a ver com a distribuição da área da cidade;
  • Isso, pois Chongqing tem grande população e, ainda, grande território: são mais de 82 mil km² (quase o tamanho de toda a Áustria), sendo a maior cidade do mundo em extensão;
  • Mesmo assim, sua área construída é de “apenas” 5,5 mil km², já que boa parcela da cidade é composta por distritos menores aglomerados e seu subúrbio é considerado rural.

Este fenômeno se deu graças a um boom de urbanização durante o século XX, com vários designs e desafios gerados pelo crescimento e migração desordenadas da população nas áreas rurais, que aumentou muito a densidade no centro dela.

A topografia irregular da região onde se localiza Chongqing também pesa em sua distribuição confusa de andares, já que há regiões de planície na cidade, localizada na bacia do rio Yangtze, e outras cortadas por montanhas. Portanto, literalmente, alguém pode estar em baixo e outro em cima.

Conforme o Tomorrow City, muitos dos moradores vivem em apartamentos, especialmente nos andares superiores, pois, geralmente, os prédios são mistos, com os andares inferiores abrigando escritórios e serviços. Um exemplo é a estação Liziba, que fica entre o sexto e o oitavo andares.

Uma consequência negativa da situação de prédios de diversos tamanhos e formatos em Chongqing é que nem sempre todo mundo recebe luz solar.

Dessa forma, para integrar a cidade, os chineses optaram por pontes interligando edifícios situados não só em diferentes níveis no solo, mas que têm distintos projetos. Enquanto alguns prédios têm seus primeiros andares ainda no subterrâneo, outros se estendem acima do chão e acima.

Essa arquitetura única acabou se tornando, nos últimos anos, atrativo turístico e parte da identidade de Chongqing, com suas pontes e elevados, bem como prédios com neons coloridos.

O design futurista também é aplaudido por arquitetos de outros países, que resolveram ter suas próprias obras de arte lá. Caso do israelense Moshe Safdie, que, no Brasil, projetou o Centro de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (SP).

Vista aérea do Raffles City Chongqing
Vista aérea do Raffles City Chongqing (Imagem: Divulgação/Moshe Safdie)

Em 2020, o arquiteto completou o Raffles City Chongqing, arranha-céu horizontal que se apoia em três outros prédios a 250 metros de altura. Ele possui escritórios, residências, hotel, flat, centro comercial, área de lazer e mais de 30 mil m² de áreas abertas comuns com um pouco de área verde, dada a falta de parque na cidade.

O projeto integra múltiplos pontos de acesso alinhados com a topografia ondulada da cidade, um sistema inovador de desvio de tráfego e uma nova passarela pública que corta por cinco andares do shopping para oferecer conexão entre o parque e a praça Chaotianmen.

Site do arquiteto Moshe Safdie

Todo o complexo do Raffles possui oito torres, bares, restaurantes, espaços de eventos, lobby e clube com piscina de borda infinita, esta última tendo 50 m de comprimento.

Vista aérea do Raffles City Chongqing
Complexo do Raffles possui oito torres, bares, restaurantes, espaços de eventos, lobby e clube com piscina de borda infinita (Imagem: Divulgação/Moshe Safdie)

Fonte: Olhar Digital

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