Será que você se parece com Judas?
26 de março de 2016

Jesus na sua breve passagem por essa terra nos mostrou ser uma pessoa de poucos amigos. Muitos seguidores. Mas poucos eram aqueles em quem podia confiar. Milhares e milhares eram os que o seguiam. Mas apenas 12, eram seus confidentes pessoais. Pessoas distintas, na maioria incultos e pescadores. Mas foram os escolhidos, sendo dessa forma impossível que eu e você intervenhamos nos critérios de escolha do mestre. Mas, dos doze mais íntimos e escolhidos a dedo, Jesus tinha três amigos que estavam realmente em maior sintonia e comunhão com ele: Pedro, Tiago e João. E dos três mais chegados, João era o que mais perto de Jesus estava. Era o único que recostava a cabeça no peito do mestre.

A lista dos escolhidos por Jesus para serem apóstolos não é muito impressionante do nosso ponto de vista. Jesus passou uma noite orando em favor dessa sublime causa. Ele buscou a vontade e a direção do Pai para fazer essa escolha. Ele escolheu os seus discípulos pela orientação do céu. Mas, o que quero tecer alguns comentários é a respeito de Judas. Ele pra mim, sem dúvidas, foi o mais enigmático. Talvez não entendamos muito esta escolha de Jesus e coloquemos sobre essa decisão inúmeras conjecturas.

Do ponto de vista psicológico, Judas foi até certa altura o melhor dos discípulos. O mais calmo, culto, o que menos envol­veu Jesus em situações tensas e o que possuía maior vocação so­cial. Mas ele tinha um grave problema: não se conhecia, não era transparente, não entrava em contato com as próprias mazelas psíquicas e, portanto, não tinha coragem e habilidade para mer­gulhar dentro de si e mudar suas rotas.  Ele foi um dos 12 apóstolos que Jesus escolheu para O acompanhar na pregação do Evangelho. Além disso, ao ser escolhido, Judas ficou encarregado de guardar a bolsa que continha o dinheiro usado para as despesas do grupo. Algumas pessoas podem se perguntar o motivo de Jesus ter escolhido alguém com caráter de ladrão e que ainda O trairia lá na frente.

E por tamanha realidade psíquica conturbada, fez o que fez. Não há sobre Judas nenhum tipo de determinismo divino, onde o que aconteceu, foi puramente designado a acontecer e da maneira como aconteceu. Não. De maneira alguma. Judas foi quem decidiu cada passo e decisão que tomou. E poderia ter mudado isso. Ele poderia ter tido outra atitude. Raramente alguém raciocina com brilhantismo quando é frustrado. Muitos pais, maridos, esposas, filhos, colegas de traba­lho, nos primeiros segundos de uma frustração, falam palavras que nunca deveriam ser ditas. Quando a frustração está ligada a traição, ela bloqueia ainda mais a inteligência e esmaga a lucidez. Para admiração da psicologia, ao ser traído Jesus teve uma reação surpreendente. Gerenciou seus pensamentos, oxigenou sua emoção, abriu o leque da sua inteligência e corajosamente chamou Judas de amigo.

Judas traiu o mestre. Ele poderia ter se redimido, haveria salvação para ele. Mas preferiu permanecer em contato firme com seus problemas pessoas e psíquicos, e dessa forma não deixando o Mestre Jesus trazer-lher apoio e segurança.  Se trouxermos a atitude de Judas para os nossos dias, podemos analisar a nossa vida e identificar possíveis moedas de prata que talvez estejam nos seduzindo. Quem sabe não estamos trocando a nossa Salvação por 30 moedas de prata em forma de uma amizade que desrespeita a nossa fé? Ou essas 30 moedas estão representadas em um relacionamento que não agrada a Deus? Ou talvez essas moedas estejam mascaradas em detalhes que nos fazem trair o Nosso Salvador, entregando-O novamente à morte todos os dias? Ou ainda, quem sabe se essas 30 moedas não significam palavras torpes, mentirinhas, falsidade, soberba e maus testemunhos por onde temos passado? A traição de Judas com Jesus foi tão atroz, tão diabólica, que um dos antigos pais da igreja disse: “Teria sido bom para o mundo, especialmente para os filhos de Deus, que Judas estivesse só em sua transgressão, que não houvesse mais traidores além dele”. Em outras palavras: teria sido bom se houvera só um Judas. Mas a verdade é: o mundo está cheio de pessoas do tipo de Judas! A igreja ainda testemunha a traição a Jesus Cristo todos os dias. O espírito de Judas está muito vivo nos corações de antigos seguidores de Cristo – e dentro das paredes da igreja igualmente! Quero lhe fazer uma pergunta dura, de frente: será que você poderia ser um traidor de Cristo e não o saber? Você vendeu Jesus e O traiu? Traidores são aqueles que antes eram leais a quem traem. Só os de dentro do grupo podem trair.

A questão que quero tecer, é que, muitas vezes nos comportamos iguais a Judas. Na realidade, nossa vida parece muito com a vida desse apostolo desafortunado. Da mesma forma, somos escolhidos a dedo pelo Mestre; da mesma forma, temos vários problemas pessoais, dolorosos, e que precisam de ajuda, assim como Judas; de igual forma, nós temos todos os dias, a oportunidade de escolher fazer o bom ou o mau; e da mesma forma como Judas, nós andamos muito preocupados, introspectivos, e por vezes damos lugar a falsidade, a mentira, a ganância, a inveja, a incompreensão, ao orgulho, ao desespero, ao ódio, e dessa forma, caímos… não nos matamos como num suicídio literalmente falando, mas permanecemos vivos e sem alma. Matamos-nos em vida. Ficamos desalmados.

Quantas vezes por conta disso tudo que ainda é confuso no nosso ser, e que não fazemos questão de melhorar, magoamos e traímos a quem mais nós amamos? É como se déssemos um beijo, que apesar da aparência exuberante e amável, está recheada de más intenções.  Além de realmente estarmos traindo nosso Jesus, perdemos a confiança e a amizade daqueles que nos rodeiam. E foi isso que ocorreu com Judas. O detalhe crucial, e que forma um abismo colossal entre ele e nós, é que enquanto houver vida, há esperança. Podemos dar lugar ao verdadeiro arrependimento e voltar atrás para desfazer todo mal. Judas, não conseguiu. Preferiu se entregar pra forca.

A minha mensagem, é essa: Pare, respire fundo e se arrependa. Não há demérito no arrependimento. Procure a quem conversar e buscar uma cura pra alma. Por mais que pareça confuso as coisas para você, não deixe que a mentira, o engano, a falsidade e a ganância tomem conta do seu coração. Muitas famílias estão destruídas por causa de algum tipo de traição; muitos amigos estão separados por conta da traição. Não seja você um traidor. Lembre-se que Jesus está vivo, e quer te ajudar. Foi ele mesmo quem te escolheu para designar alguma função especifica, e você não pode deixar passar isso. Viva e viva no amor e na paz daquele que te escolheu primeiro.

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Um abraço e que Deus nos abençoe!

João Marques

 

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