Talvez nós não nos lembremos mais do que é chorar. Aquele choro que só os felizes choram. Quem sabe aí dentro de você, não existe mais um lindo e imenso oceano, mas apenas uma pequena lagoa limitada por um pequeno espaço de terra. Pois é. Pergunto eu, e que ninguém nos ouça, como está a sua alma? Ainda há alguma capacidade de transparência, que te permita falar a verdade? Ou então, será que ainda é possível fazer aquela análise introspectiva, e entao lá dentro, vasculhar todo o ser, e encontrar alguma soluçao, algo que de algum modo fará com que você felizmente reencontre sua alma?
Será que perdemos a capacidade de amar? Será que a capacidade de olhar com ternura e apalpar com pureza já não existe mais? Muito provável que no âmago do nosso ser, lá no fundo, naquele “eu” interior, esteja lotado de intolerância, egoísmo, raiva, mágoa, tristeza, inveja, amargura, violência, cobiça, mentira, ódio e desamor. Será que o mundo lá fora, por meio da ambição, do desejo desenfreado em “ter muito e ganhar mais”, corrompeu-nos por dentro e atingiu a alma? Porque quando se vive intensamente nesse imediatismo voraz, onde tudo é relativo e pragmático, nosso ser, no mais íntimo, vai se deteriorando. É como alguém que acorda cedo, pega aquela perfume francês, veste aquele terno italiano com gravata de seda, e sapato cromo alemão, e então entra no seu carro importado e sai pra ganhar o mundo…sai rumo ao sucesso. Mas, não fala com sua filha tem algum tempo, o casamento está em crise e não consegue perdoar o irmão. Triste. Lamentável. De que adianta tudo isso?
Simplesmente, e como resultado desse “levar a vida” , ficamos como zumbis, aparentemente vivos, mas na realidade, mortos. Derrotados em nossos próprios delitos. Sem alma. Onde estão nossas sensações próprias? Onde foram parar nossos sentimentos? Como andam nossas emoções? Como vai o nosso coração? Será que ele ainda é representante/símbolo do amor? Será que ele ainda mora dentro de nós, dentro do peito?
A questão toda é que aprendemos a produzir uma fé tal, que transporta montanhas, e que movem os mares, mas não fomos ensinados a produzir tal fé, que produza sentimentos, ternura, afeto, compreensão, amor, carinho, tolerância…nao fomos doutrinados a alimentar a alma, nao fomos ensinados a produzir sentimentos e sensações. E quando isso não é feito, nos tornamos mecanicistas…ativistas ferrenhos do sucesso e da conquista. Banimos a moral e a ética, em virtude do “angariar fundos e investimentos”. Não importamos mais com a sensibilidade alheia. Aliás, não somos sensíveis nem à nós mesmos. Desalmados e insensíveis. É o que nós somos. E sem perceber e de maneira bem sutil estamos perdendo nossa alma. É triste e lamentável. Quem de fora nos vê, até pensa que somos vencedores, que estamos vencendo e que somos excelentes exemplos. Mas pra quem tem uma chama bem viva e latente dentro de si, recheada de sentimentos e sensações, que transcendem o mundo palpável da cédula e da moeda, consegue perceber que… bom, estamos até vivos, mas sem vida…sem alma.
Que procuremos desde já nossa alma, não a percamos de jeito algum! Voltemos a nos sensibilizar com as coisas pequenas. Voltemos a ser gentis e gratos. Voltemos a ser simplesmente humanos, recheados de vida e de sentimentos. Perder a alma estando vivo é estar como um planta na natureza…bonita, saudável, mas sem voz, sem sentidos, sem alma.
Um abraço e que Deus nos abençoe!
J.Marques
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