Telescópio James Webb revela surpresa nas profundezas do Sistema Solar
18 de fevereiro de 2024

Por meio do telescópio, cientistas detectaram atividade inesperada no Cinturão de Kuiper, além dos planetas conhecidos do Sistema Solar

Cientistas detectaram, por meio do Telescópio Espacial James Webb, atividade inesperada na região do Cinturão de Kuiper, localizado além dos planetas conhecidos do Sistema Solar. Esta área, conhecida por abrigar mundos gelados como o planeta anão Plutão, é caracterizada por milhões de objetos congelados, anteriormente considerados “mortos”.

Para quem tem pressa:

  • O Telescópio Espacial James Webb revelou atividade química inesperada nos objetos do Cinturão de Kuiper, sugerindo que estes corpos celestes gelados, incluindo Eris e Makemake, podem ser mais dinâmicos do que anteriormente considerado;
  • Pesquisas indicam que o metano congelado na superfície de Eris e Makemake foi recentemente transformado, apontando para a existência de interiores quentes que podem expelir líquidos ou gases para a superfície, contrariando a visão de que seriam simples relíquias geladas;
  • A presença de núcleos quentes e a possibilidade de oceanos sob as crostas geladas desses objetos levantam a hipótese de condições adequadas para vida, similarmente às luas geladas do Sistema Solar, embora ainda não haja evidências disso;
  • Os resultados incentivam a ideia de missões futuras ao Cinturão de Kuiper, sugerindo que esses mundos gelados possuem características geológicas ativas e potencialmente habitáveis.

O Telescópio Espacial James Webb, operando a quase dois milhões de quilômetros da Terra, foi utilizado para observar os objetos do Cinturão de Kuiper, revelando que estes corpos celestes podem não ser tão inativos quanto se pensava. O telescópio, equipado com câmeras especializadas, focou nos dois maiores objetos conhecidos do cinturão, Eris e Makemake.

 

Descoberta inesperada

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(Imagem: Sergey Nivens/Shutterstock)

Christopher Glein, cientista do Southwest Research Institute, liderou a pesquisa, publicada na revista científica Icarus. A investigação descobriu sinais de atividade química nos objetos gelados, contrariando a crença anterior de que seriam relíquias primordiais e inalteradas do início do Sistema Solar.

Os resultados mostraram que o metano congelado encontrado nas superfícies de Eris e Makemake foi “cozido” mais recentemente. Isso indica interiores quentes capazes de impulsionar líquidos ou gases para a superfície. Essas descobertas sugerem que, sob as crostas geladas, podem existir oceanos, de forma parecida às luas geladas como Europa, que orbita Júpiter.

Glein destacou que esses núcleos quentes podem ser fontes de água líquida sob as superfícies geladas. Isso levanta a fascinante possibilidade de que tais mundos gelados, localizados a bilhões de quilômetros da Terra, possam abrigar condições adequadas para o desenvolvimento de vida. No entanto, não há evidências disso até o momento.

Próximos passos

Os achados sugerem que uma missão a essas fronteiras cósmicas poderia ser valiosa. A missão New Horizons da NASA a Plutão já revelou um mundo complexo com uma topografia diversificada, marcada por geleiras e montanhas de gelo de água.

Glein conclui que, à luz dessas descobertas, o Cinturão de Kuiper se revela muito mais dinâmico do que se imaginava, com mundos que possuem características geológicas ativas. Ele propõe que não é cedo demais para começar a pensar em enviar uma sonda espacial para explorar outro desses corpos celestes. E sugere que seremos surpreendidos pelas maravilhas que nos aguardam.

Fonte: Olhar Digital

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