Sinal de suposto “meteoro com tecnologia alienígena” pode não ter vindo do espaço
11 de março de 2024

Vibração da passagem do suposto meteoro pode ter sido causada por ações dos humanos aqui da Terra

Avi Loeb é um nome bastante conhecido – e questionável- nos estudos astronômicos. No ano passado, o pesquisador alegou que estranhas esferas encontradas no fundo do Oceano Pacífico são, na realidade, parte de um meteoro interestelar. A descoberta, se confirmada, pode ser revolucionária, já que só sabemos da existência de dois objetos do tipo e ambos estão bem distantes do nosso planeta. Mas novos indícios podem ser um balde de água fria para quem está animado com a possibilidade.

O que você precisa saber?

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  • Um meteoro entrou na Terra em 2014;
  • Uma pesquisa afirmou que se tratou de um objeto interestelar;
  • Fragmentos encontrados no fundo do oceano foram associados ao meteoro;
  • Uma nova pesquisa indica que os dados usados para a descoberta estão errados;
  • O coloca ainda mais descrédito nessa polêmica história.

A história começa em 2014, quando um meteoro entrou na atmosfera da Terra. Os pesquisadores usaram dados de um sismógrafo na Ilha Manus, em Papua Nova Guiné, para detectarem a velocidade do objeto e então determinaram que ele era interestelar. Tudo ganhou ainda mais força em 2022, quando militares dos Estados Unidos confirmaram os supostos dados.

Apesar disso, outras pesquisas indicaram que essa velocidade foi subestimada, e que não há dados concretos para afirmar que o meteoro que entrou na Terra naquela ocasião realmente é um objeto vindo de fora do nosso Sistema Solar.

A equipe de Loeb, entretanto, foi ainda mais além e coletou esferas no fundo do Oceano, que, cruzando com os dados do sismógrafo, eram supostamente parte do meteoro. A análise feita pelos pesquisadores do professor disse que o material contém elementos desconhecidos que indicam uma “tecnologia de origem extraterrestre”.

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Estranhas esferas no fundo do oceano (Imagem: Divulgação)

Desde o começo essas descobertas foram encaradas com descrédito pela comunidade científica, devido ao histórico de Loeb e as poucas evidências de que as esferas de fato são parte de um meteoro interestelar.

 

Dados que detectaram velocidade do meteoro podem estar errados

Para complicar ainda mais a situação do pesquisador, uma nova pesquisa mostra que os dados do sismógrafo usado pela equipe, que foi a base de tudo, podem estar errados. O estudo da Universidade Johns Hopkins revela que, na realidade, os dados são de um caminhão que passava por uma estrada próxima ao local e que o meteoro caiu em um lugar completamente distante de onde os supostos fragmentos foram achados.

“A localização da bola de fogo estava, na verdade, muito longe de onde a expedição oceanográfica foi para recuperar esses fragmentos de meteoros”, disse disse Benjamin Fernando, sismólogo planetário da Johns Hopkins. “Eles não apenas usaram o sinal errado, mas também estavam procurando no lugar errado.”

É realmente difícil captar um sinal e confirmar que não é de alguma coisa. Mas o que podemos fazer é mostrar que existem muitos sinais como este e mostrar que têm todas as características que esperaríamos de um camião e nenhuma das características. características que esperaríamos de um meteoro

Benjamin Fernando, sismólogo planetário da Johns Hopkins

Usando dados de estações na Austrália e em Palau concebidas para detectar ondas sonoras provenientes de testes nucleares, a equipe de Fernando identificou uma localização mais provável para o meteoro, a mais de 160 quilômetros da área inicialmente investigada. 

 

 
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A área próxima à estação sísmica na Ilha Manus, com base em imagens de satélite.
IMAGEM
CRÉDITO: ROBERTO MOLAR CANDANOSA E BENJAMIN FERNANDO/JOHNS HOPKINS UNIVERSITY, COM IMAGENS DO CNES/AIRBUS VIA GOOGLE.

“O que quer que tenha sido encontrado no fundo do mar não tem nenhuma relação com este meteoro, independentemente de ser uma rocha espacial natural ou um pedaço de uma nave espacial alienígena – embora suspeitamos fortemente que não eram alienígenas”, acrescentou Fernando.

A equipe da da Universidade Johns Hopkins apresentará suas descobertas em 12 de março na Conferência de Ciência Lunar e Planetária em Houston. Com informações do IFL Science.

Fonte: Olhar Digital

 

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