A descoberta, que foi feita no distrito de Miraflores, foi divulgada em 1 de setembro pelo Museu do Sítio de Huaca Pucllana em uma publicação no Facebook.

“No âmbito do projeto de investigação de 2023, foi achado um contexto funerário do período Ychsma localizado no topo da pirâmide de Pucllana”, diz o post.

A chefe da equipe de arqueólogos, Mirella Ganoza, contou à agência Reuters que os restos mortais são de um indivíduo adulto, mas seu sexo ainda não foi identificado. A múmia tem as pernas dobradas e apresenta cabelos longos e uma mandíbula quase completamente intacta.

O indivíduo mumificado data do início da cultura Ychsma, que se desenvolveu na costa central do Peru moderno durante um período de reorganização social antes da chegada dos Incas à área, conforme Ganoza explica ao site de notícias peruano La República.

“Até 2015, a presença da cultura Ychsma era conhecida a partir de oferendas feitas com cabelo humano em mates ou embrulhadas em folhas de achira achadas em diferentes áreas desta esplanada, até mesmo em fendas”, diz a especialista.

Ganoza e Frank Baquerizo, seu colega arqueólogo, destacam que peças de cerâmica também foram encontradas no túmulo da múmia. Uma delas é um pote comum que parece conter alguma mistura desconhecida; já outro recipiente está vazio e tem decoração típica da cultura Chancay, composta por motivos zoomórficos abstratos e geométricos. “Podem ser peixes estilizados ou outros motivos marinhos”, dizem os arqueólogos.

Na mão esquerda da múmia, foi encontrada uma espécie de bolsa tecida com peças de metal verde. Outro detalhe interessante é o penteado do indivíduo. “O que parece uma trança pode ser um cordão que segurava seu penteado”, observa Ganoza.