Espaçonave sobrevoou Dinkinesh e enviou fotos à Terra que revelaram que objeto do Cinturão Principal de asteroides não é uma única rocha espacial
Por Redação Galileu
Lançada em 16 de outubro em 2021, a missão Lucy, da Nasa, faz referência a um esqueleto fossilizado de um ancestral humano que foi nomeado em homenagem à canção dos Beatles Lucy in the Sky with Diamonds, de 1967.
Apesar disso, a jornada não busca encontrar diamantes, mas sim explorar um número recorde de asteroides. Na última quarta-feira (1º), o tesouro da vez foi o asteroide Dinkinesh, o qual a nave Lucy sobrevoou pela primeira vez.
O feito surpreendente marca o primeiro sobrevoo da missão em um asteroide — ou melhor, em um par de asteroides. Isso porque as imagens de Dinkinesh enviadas à Terra revelaram que a pedra espacial não é apenas um objeto, mas dois.
Nas semanas anteriores ao encontro da nave espacial com Dinkinesh, a equipe da missão já suspeitava que o asteroide poderia ser um sistema binário, dado como os instrumentos de Lucy estavam observando a variação de brilho do objeto ao longo do tempo.
As primeiras imagens do encontro confirmaram a hipótese sobre os dois objetos. A partir de uma análise preliminar, os cientistas estimam que o corpo maior tem aproximadamente 790 metros na sua parte mais larga, enquanto o menor tem cerca de 220 metros de largura.
Referindo-se ao significado para Dinkinesh na língua amárica (“maravilhoso”), Hal Levison, pesquisador principal da missão, observa que o asteroide binário sobrevoado por Lucy realmente faz jus ao seu nome. “Quando Lucy foi originalmente selecionada para o voo, planejamos passar por sete asteroides. Com a adição de Dinkinesh, duas luas troianas e agora esse satélite, aumentamos o número para 11”, conta Levison, em comunicado.
Segundo Keith Noll, cientista do projeto Lucy no Centro de Voo Espacial Goddard da Nasa, a equipe previa que Dinkinesh seria o menor asteroide do Cinturão Principal já visto de perto, porém, a situação ficou mais emocionante quando os cientistas descobriram que o objeto era uma dupla.
“De certa forma, esses asteroides se parecem com o par binário de asteroides próximos à Terra Didymos e Dimorphos que a missão Dart viu, mas existem algumas diferenças realmente interessantes que investigaremos”, compara Noll.
Teste de voo
O sobrevoo de Lucy em Dinkinesh serviu principalmente como um teste de voo da nave espacial, com foco na avaliação do sistema de rastreamento terminal, que permite à missão rastrear autonomamente um asteroide enquanto ele passa a mais de 16 mil km/h.
“Esta é uma série impressionante de imagens. Elas indicam que o sistema de rastreamento terminal funcionou conforme o previsto, mesmo quando o universo nos apresentou um alvo mais difícil do que o esperado”, disse Tom Kennedy, engenheiro da fabricante aeroespacial norte-americana Lockheed Martin.
Apesar do feito ter sido um teste de engenharia, os cientistas estão ansiosos para analisar os dados e obter informações sobre a natureza dos pequenos asteroides. O restante das informações deverá ser transmitido em até uma semana.
Os pesquisadores usarão esses dados para avaliar o comportamento da nave durante o encontro e se preparar para a observação detalhada do asteroide Donaldjohanson, do Cinturão Principal, em 2025. A missão Lucy irá encontrar os asteroides troianos de Júpiter a partir de 2027.
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