Instituto Butantan pede à Anvisa registro de vacina de dose única contra dengue
16 de dezembro de 2024

Nesta segunda-feira (16), o Instituto Butantan enviou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de registro da Butantan-DV, que poderá se tornar a primeira vacina de dose única do mundo capaz de combater a dengue.

Se aprovada, estima-se que um milhão de doses já seriam entregues ao Ministério da Saúde em 2025. O imunizante foi desenvolvido em território nacional e se destaca sobre o esquema de vacinação atual, feito em duas doses, justamente por eliminar a necessidade de retorno ao posto de saúde. Isso porque muitas pessoas acabam não voltando para tomar a sua dose de reforço, o que atrapalha na sua eficácia contra a doença transmitida pelo Aedes aegypti.

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Maior eficácia

De acordo com o Instituto, ouvido pelo jornal Folha de S. Paulo, os testes com a vacina terminaram em junho deste ano. E, em sua última fase, demonstrou uma eficácia geral de 79,5%, além de tetravalência contra os quatro sorotipos de dengue verificados no Brasil (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).

Tais dados foram obtidos a partir do acompanhamento durante dois anos de mais de 16 mil brasileiros que receberam a vacina. Até o momento, nenhum participante do ensaio apresentou caso grave da dengue, mas o estudo segue com consultas periódicas aos voluntários para verificar, por pelo menos mais três anos, o aparecimento de qualquer condição adversa à saúde, ligada ao imunizante.

Em artigo publicado na revista científica The New England Journal of Medicine, os autores destacam que uma única administração da Butantan-DV demonstrou ter um perfil de segurança favorável na prevenção de dengue sintomática, virologicamente confirmada, independentemente de exposição prévia à dengue. Assim, apoiam o seu uso tanto em indivíduos adultos quanto em crianças.

Por mais que seja contraindicado a gestantes, lactantes e pessoas com alergia a seus componentes, é esperado que o imunizante reduza o número de casos da doença, sobretudo, os seus quadros mais graves, que requerem hospitalização. A estratégia é somada a outras formas de combate aos subtipos do vírus que circulam no Brasil, como as ações de controle ao Aedes aegypti.

“Vamos aguardar e respeitar todos os procedimentos da Anvisa, um órgão de altíssima competência. Mas estamos confiantes nos resultados que virão”, afirma Esper Kallás, diretor do Butantan. “Este imunizante em dose única é um dos maiores avanços da saúde e da ciência na história do país e uma enorme conquista em nível internacional”.

Fonte: Galileu

 

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