Versão não confidencial de texto entregue ao Congresso do país revela que número de avistamentos analisados em 2022 é mais do que o triplo do ano anterior
Nesta quinta-feira (12), o governo dos Estados Unidos divulgou um relatório de 2022 que revela que autoridades norte-americanas estão avaliando 510 casos de Objetos Voadores Não-Identificados (OVNIs, unidentified flying object) — mais do que o triplo do número dos arquivos de 2021.
O relatório produzido pela Diretora de Inteligência Nacional (DNI), Avril Haines, é uma versão não confidencial de um documento entregue ao Congresso norte-americano, de acordo com a agência France-Presse (AFP).
Entre os 510 avistamentos, 200 eram apenas drones, balões ou “desordem aérea”, um termo que abrange pássaros, eventos climáticos e até sacolas plásticas transportadas no ar. Porém, centenas dos casos de OVNIS — chamados agora também de fenômenos aéreos inexplicáveis (unidentified anomalous phenomena, UAPs) — ainda permanecem sem explicações.
Segundo o relatório, muitos desses episódios misteriosos podem ser resultados de fenômenos climáticos, sensores defeituosos ou análises errôneas por humanos. “Muitos relatórios carecem de dados detalhados suficientes para permitir a atribuição de UAPs com alta certeza”, diz o documento.
O texto conta ainda que houve um aumento de registros estudados: 247 “fenômenos anômalos não identificados” foram adicionados desde junho de 2021, quando o número de avistamentos sob exame era 144. Além disso, outros 119 episódios antigos dos últimos 17 anos voltaram a ser analisados.
Isso significa que, ao todo, 366 casos de OVNIs foram adicionados ao relatório de 2022, em comparação com o ano anterior. A maioria deles vem de pilotos da Marinha e da Força Aérea dos Estados Unidos.
A preocupação do Pentágono, agências de inteligência dos EUA e Nasa não se concentra na possibilidade de que os objetos sejam naves alienígenas, e sim que sejam parte de um aparato de espionagem enviado por países rivais.
“Os UAPs continuam a representar um perigo para a segurança de voo e uma possível ameaça de coleta adversária”, afirma o relatório, referindo-se a dados coletados pelos países. “Alguns desses UAPs não caracterizados parecem ter demonstrado características de voo incomuns ou capacidades de desempenho e requerem uma análise mais aprofundada.”
A divulgação do texto ocorre após anos de pressão do Congresso norte-americano para que a comunidade militar e de inteligência levasse a sério os avistamentos. O Pentágono usava o termo OVNIs para tratar dos fenômenos aéreos não identificados, mas agora adere à terminologia UAPs para abranger também os domínios espaciais e marítimos.
“Levamos a sério os relatórios de incursões em nosso espaço designado, terra, mar ou espaço aéreo e examinamos cada um deles”, conclui o porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, em comunicado.
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