A empresa espacial Firefly Aerospace realizou um pouso na superfície da Lua neste domingo (02). A missão tem parceria da NASA
A empresa espacial Firefly Aerospace confirmou na manhã deste domingo (02) que o módulo lunar Blue Ghost (Fantasma Azul, na tradução) pousou na superfície do nosso satélite natural às 5h34 (horário de Brasília).
De acordo com a companhia, é a primeira vez que a iniciativa privada realiza um pouso totalmente bem-sucedido na Lua. Mas não é bem assim. Esse detalhe explicaremos nos próximos parágrafos.
“A Firefly está literal e figurativamente sobre a Lua”, disse Jason Kim, CEO da Firefly Aerospace. “Nosso módulo lunar Blue Ghost agora tem um lar permanente na superfície lunar com 10 cargas úteis da NASA e uma placa com o nome de cada funcionário da Firefly. Esta equipe ousada e imparável provou que estamos bem equipados para fornecer acesso confiável e acessível à Lua, e não vamos parar por aí. Com missões lunares anuais, a Firefly está abrindo caminho para uma presença lunar duradoura que ajudará a desbloquear o acesso ao resto do sistema solar para nossa nação, nossos parceiros e o mundo”.

Objetivo da Blue Ghost na Lua
O Blue Ghost fará operações na superfície lunar e dará suporte a demonstrações científicas e tecnológicas da NASA nos próximos 14 dias – o equivalente a um dia lunar completo.
Vamos conferir o que está previsto:
- Perfuração subterrânea;
- Coleta de amostras e imagens de raios X;
- Testes do sistema global de navegação por satélite e da computação tolerante à radiação;
- Em 14 de março, a Firefly espera capturar imagens de alta definição de um eclipse total – quando a Terra bloqueará o Sol acima do horizonte da Lua;
- Em 16 de março, a Blue Ghost vai registrar o pôr do sol, fornecendo dados sobre como a poeira lunar levita devido às influências solares e cria um brilho no horizonte documentado pela primeira vez por Eugene Cernan, na Apollo 17.
- A poeira lunar pode ser um desafio para futuras bases em nosso satélite natural. Por isso, observações e testes são importantes.
“A ciência e a tecnologia que enviamos para a Lua agora ajudam a preparar o caminho para a futura exploração da NASA e a presença humana de longo prazo para inspirar o mundo para as gerações vindouras”, disse Nicky Fox, administradora associada da Diretoria de Missão Científica da Nassa.

A viagem e o pouso da Blue Ghost
Desde o lançamento do Kennedy Space Center da NASA, na Flórida, em 15 de janeiro, a Blue Ghost viajou mais de 4,5 milhões de quilômetros.
O módulo lunar pousou em uma formação vulcânica chamada Mons Latreille, dentro do Mare Crisium, uma bacia de mais de 480 quilômetros de largura localizada no quadrante nordeste do lado próximo da Lua.
Missões privadas à Lua
A Intuitive Machines foi a primeira empresa privada a chegar em nosso satélite natural, em fevereiro do ano passado. Contudo, o módulo Odysseus pousou de forma indevida e tombou no solo lunar. Isso atrapalhou a comunicação com a Terra e dificultou o uso de certas ferramentas que a Nasa queria testar.
A Intuitive Machines, aliás, recolocou os Estados Unidos na Lua depois de 50 anos – a última vez tinha sido ainda com o programa Apollo, em 1972.
De qualquer forma, mesmo com o tombo de Odysseus, a missão foi considerada um sucesso. Agora, a Firefly Aerospace repetiu o feito – porém, sem qualquer imprevisto aparente. Por isso, o comunicado para imprensa diz que é a “primeira empresa comercial a pousar com sucesso na Lua”.

Mais missões a caminho da Lua!
Na quarta-feira (26), um foguete Falcon 9, da SpaceX, lançou ao espaço três projetos científicos importantes. Um deles é o satélite Lunar Trailblazer, conforme noticiado pelo Olhar Digital, uma sonda da NASA criada para mapear a distribuição de água na Lua.
Além da sonda, o foguete transportava o módulo lunar Athena, da Intuitive Machines, e o Odin, um equipamento projetado para mineração de asteroides pela empresa Astroforge.
Contudo, há alguns problemas técnicos – tanto para a Lunar Trailblazer, quanto para o minerador.
O módulo Athena pousará na Lua para analisar um local específico, enquanto o Trailblazer ficará em órbita coletando dados sobre a presença de água por lá. O objetivo é entender onde e em que forma essa água está armazenada, um conhecimento essencial para futuras missões tripuladas.
Cada espaçonave seguiu um caminho distinto. O Athena deve pousar na Lua na quinta-feira (6), enquanto o Lunar Trailblazer levará cerca de quatro meses para alcançar sua órbita e dar início à missão de pelo menos dois anos.
Nasa investe na iniciativa privada
A NASA está trabalhando com várias empresas americanas para levar ciência e tecnologia à superfície lunar por meio da iniciativa Commercial Lunar Payload Services (CLPS) – na tradução, “Serviços Comerciais de Carga Lunar”.
Essas companhias fazem lances para entregar cargas úteis para a NASA. Isso inclui tudo, desde integração e operações de carga útil até lançamentos da Terra e pousos na superfície da Lua.
Os contratos devem somar US$ 2,6 bilhões até 2028.
Fonte: OLHAR DIGITAL
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