Cientistas identificam 7 espécies de insetos que “se disfarçam” de folhas
31 de agosto de 2023

Por Redação Galileu

Sete espécies de insetos da ordem Phasmatodea – grupo de animais que se assemelham muito a folhas ou galhos – foram identificados pela primeira vez. As descobertas foram registradas na revista científica Zookeys neste mês.

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O estudo foi feito por pesquisadores da Universidade de Göttingen, da Alemanha, em parceria com o especialista em insetos folhosos Royce Cumming, da Universidade da Cidade de Nova York, dos Estados Unidos.

“Existem cerca de 3.500 espécies conhecidas de insetos que parecem galhos ou folhas, e, atualmente, há pouco mais de 100 espécies descritas de ‘insetos-folhas’. Embora representem apenas uma pequena fração desta diversificada família de insetos, sua

aparência espetacular e inesperada os torna únicos”, comenta Sven Bradler, um dos autores da pesquisa, em comunicado.

Indivíduos vivos da cultura cativa destacando aspectos de sua coloração. — Foto: Maxime Ortiz (França)
Indivíduos vivos da cultura cativa destacando aspectos de sua coloração. — Foto: Maxime Ortiz (França)

A incrível camuflagem destas criaturas é uma faca de dois gumes, no entanto: ao mesmo tempo que essa habilidade protege os insetos contra predadores na natureza, ela também apresenta um desafio para os taxonomistas, que normalmente dependem muito da análise da aparência física quando categorizam novas espécies.

Para conseguirem identificar os sete animais da nova pesquisa, os cientistas analisaram espécimes coletados em campo, registros de museus e de colecionadores particulares e observações feitas por cientistas cidadãos.

No fim, a equipe determinou que os insetos observados pertenciam a “espécies crípticas” – ou seja, que não podem ser distinguidas apenas por sua aparência externa. “Indivíduos de espécies diferentes são frequentemente contados como pertencentes à mesma espécie com base na sua aparência. Só conseguimos identificar algumas das novas espécies pelas suas características genéticas”, explicou a líder do projeto, Sarah Bank-Aubin.

Por exemplo: alguns insetos encontrados na Índia, que cientistas achavam que pertenciam a uma espécie difundida em todo o Sudeste Asiático, eram, na verdade, de uma outra espécie de insetos folhosos particular da Índia. Além disso, o estudo conseguiu catalogar espécimes do Vietnã, Brunei, Indonésia e Filipinas.

As descobertas não são importantes apenas para o estudo sistemático desses insetos “mestres do disfarce”, mas também para a sua conservação. “Se todos os insetos de um tipo morrem na Índia, não é apenas um grupo dentro de uma espécie que é reduzido, como se pensava anteriormente. Na verdade, nesse caso, toda uma espécie distinta estaria sendo exterminada. Isso significa que é particularmente importante proteger as espécies indianas”, destaca Bank-Aubin.

Fonte: Revista Galileu

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