Cientistas estimam o fim da biosfera na Terra
18 de janeiro de 2025

Cientistas estimaram o tempo restante para a biosfera da Terra sustentar a vida como conhecemos. À medida que o Sol se torna mais brilhante com o passar dos bilhões de anos, ele provocará mudanças no ciclo do carbono, reduzindo os níveis de dióxido de carbono na atmosfera. Esse processo, essencial para as plantas, comprometerá os ecossistemas terrestres de forma irreversível.

A pesquisa, conduzida pelo geofísico RJ Graham e sua equipe da Universidade de Chicago, demonstrou que o aquecimento solar intensificará o intemperismo das rochas, acelerando a remoção de CO2 da atmosfera. Esse fenômeno, embora natural, levará as plantas a enfrentar condições extremas de temperatura e escassez de dióxido de carbono, culminando em sua extinção.

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No entanto, os cientistas projetam que essas mudanças ocorrerão de forma gradual, atingindo um ponto crítico apenas daqui a 1,6 bilhão de anos. Essa previsão, que dobra as estimativas anteriores, não apenas redefine o futuro da vida na Terra, mas também sugere que planetas semelhantes podem ter mais tempo para desenvolver vida complexa.

Como o Sol e o intemperismo afetam a sobrevivência das plantas

Com o aumento de 10% na luminosidade do Sol a cada bilhão de anos, os efeitos sobre a Terra tornam-se mais intensos. O aquecimento gradativo acelera o intemperismo das rochas, que absorvem mais dióxido de carbono da atmosfera. Essa redução afeta diretamente as plantas, essenciais para o equilíbrio dos ecossistemas, criando condições cada vez mais hostis para a vida terrestre.

Os pesquisadores destacam que a escassez de CO2 pode levar as plantas à extinção, seja por inanição no ponto de compensação de carbono, seja pelo superaquecimento ao atingir limites de temperatura. No entanto, a pesquisa liderada por RJ Graham indica que a relação entre temperatura e intemperismo é menos linear do que se acreditava, trazendo novas perspectivas sobre o futuro da biosfera.

Dados recentes sugerem que o intemperismo não depende fortemente do aumento de temperatura, o que pode desacelerar a redução de CO2. Em certos momentos, o processo pode até se reverter temporariamente, adiando a extinção das plantas por até 1,86 bilhão de anos. Essa descoberta amplia as estimativas de sobrevivência da biosfera e redefine o papel do clima na evolução da vida terrestre.

O impacto das mudanças climáticas na vegetação e na vida terrestre

Um modelo computacional mais avançado, que combine simulações climáticas globais e interações detalhadas da vegetação dinâmica, seria crucial para entender plenamente os efeitos dessas transformações. Ele permitiria quantificar com maior precisão o impacto do aquecimento solar na longevidade da biosfera e na capacidade do planeta de sustentar vida.

Imagem gerada por IA mesclando o Planeta Terra com vegetação.
A vida na Terra é um equilíbrio entre clima e ciclos naturais (Imagem: Me dia/Shutterstock)

Nos cenários analisados por RJ Graham e sua equipe, as plantas C3 – que incluem a maior parte da vegetação terrestre – seriam as primeiras a desaparecer. Esse colapso deixaria apenas as plantas C4, como cana-de-açúcar e milho, sobrevivendo por mais 500 milhões de anos. Essa transição marcaria uma drástica redução na diversidade vegetal, com impactos profundos nos ecossistemas.

Portanto, com o colapso da vegetação, a vida animal também enfrentaria um declínio acentuado, causado pela falta de alimentos e pela redução extrema dos níveis de oxigênio. Contudo, alguns micróbios anaeróbicos poderiam resistir até que o Sol intensifique seu calor ao ponto de evaporar os oceanos, selando o destino da biosfera terrestre.
 
Fonte: Olhar Digital
 

Cientistas projetam que a biosfera da Terra pode sobreviver por até 1,86 bilhão de anos (Imagem: Mike_shots/Shutterstock)

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