Proposta serve como uma alternativa mais barata e rápida para lidar com as ameaças à vida no planeta vindas do espaço. Entenda como
Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos demonstrou, com testes em laboratório, que asteroides potencialmente perigosos em direção à Terra podem ser desviados com raios X. A ideia é usar pulsos desse tipo de radiação para vaporizar pedaços da superfície de uma rocha espacial que está na rota do nosso planeta.
Em artigo que detalha os testes, publicado na segunda-feira (23) na revista Nature Physics, os cientistas afirmam que a técnica é “uma maneira viável de se preparar para futuras missões de defesa planetária”.
A capacidade humana de evitar esse tipo de desastre a partir das novas tecnologias disponíveis ainda é um tanto incerta. Uma simulação da Nasa feita há alguns meses demonstrou o quão mal preparadas estão as agências espaciais para defender a Terra contra ameaças vindas do espaço — em especial, os asteroides.
Propostas já em desenvolvimento, como a missão DART (Double Asteroid Redirection Test), da Nasa, envolvem enviar naves espaciais para colidir com asteroides ameaçadores e alterar a sua trajetória. O problema dessa abordagem é que ela exige muito tempo de preparo e tem altos custos.
Como alternativa, astrônomos sugerem que a deflexão dos asteroides também pode ser feita com pulsos de raios X. Esse tipo de radiação é gerado a partir de um plasma de argônio denso em uma máquina Z, um tipo de dispositivo que gera pulsos de energia. A proposta é chefiada o especialista Nathan Moore, dos Laboratórios Nacionais Sandia, no Novo México. Esse laboratório de pesquisa federal está vinculado ao Departamento de Energia dos Estados Unidos.
Uma nova proposta
Para provar a viabilidade da ideia, os pesquisadores desenvolveram um experimento em laboratório que aplicava a técnica em pequena escala. Nele, um pulso de raios X foi direcionado para atingir dois asteroides fictícios de 12 milímetros de largura em um tubo de vácuo. Uma das amostras experimentais foi feita de quartzo, enquanto a outra era de sílica fundida.
Nos testes, os pulsos de raios X mostraram-se capazes de aquecer a superfície dos asteroides fictícios a nível de criar uma pluma de vapor significativa o suficiente para alterar sua velocidade em cerca de 70 metros por segundo. A máquina Z utilizada para descarregar 22 MJ (mega Joules) de energia armazenada em um pulso de corrente elétrica.
Os dados coletados no teste forneceram informações para simulações que demonstram como o método de pulso de raios X pode desviar asteroides maiores. Os resultados encontrados apontam que um asteroide próximo o suficiente da Terra, com cerca de quatro quilômetros de diâmetro, poderia ser empurrado para fora de seu caminho usando essa estratégia.
Para o futuro, os pesquisadores indicam que novos experimentos poderiam investigar outros materiais e estruturas, a fim de testar diferentes pulsos de raios X. Isso seria importante, uma vez que a coluna de vapor gerada pelas descargas elétricas depende da composição química do asteroide.
Fonte: Revista Galileu
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