No último domingo (8), um incêndio de grandes proporções atingiu parte significativa da Floresta Nacional Mario Xavier, em Seropédica, onde está localizado o Centro de Tratamento de Animais Silvestres (CETAS), sob responsabilidade do IBAMA.
O CETAS tem a função crucial de receber, identificar, marcar, triar, avaliar, recuperar, reabilitar e destinar animais silvestres provenientes de ações de fiscalização, resgates ou entregas voluntárias. A fumaça e o calor gerados pelo incêndio colocaram em risco a vida de centenas de animais silvestres que estavam em processo de reabilitação, resultado de apreensões ou resgates, sendo preparados para eventual retorno à natureza.
A recorrente falta de investimentos no IBAMA e no ICMBio compromete a capacidade de resposta a incêndios, como os que frequentemente atingem áreas de proteção ambiental, resultando na destruição do meio ambiente e colocando em risco tanto a fauna quanto a flora locais.
Em 30 de junho de 2022, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), representada pelo reitor Roberto Rodrigues, e o superintendente do IBAMA do Rio de Janeiro, Daniel Rodrigues, firmaram um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para a construção de um novo prédio do CETAS na área da UFRRJ. Esse acordo, além de proporcionar um espaço mais adequado e seguro para os animais, possibilitaria a participação de estudantes de veterinária em estágios práticos, beneficiando a formação acadêmica e o cuidado com os animais silvestres.
Durante a reunião o reitor da UFRRJ, Roberto Rodrigues, também destacou a importância de integrar a universidade às necessidades da sociedade local, especialmente no que diz respeito à preservação ambiental. Segundo ele, “a Universidade se prontifica não só para a parceria firmada com o convênio, mas também com a pesquisa e o ensino. Nós temos estudantes que poderiam atuar no CETAS e é importante aprofundarmos cada vez mais os convênios que temos. Essa parceria entre os órgãos estaduais e federais é o que vai dar rumo ao desenvolvimento das cidades e do país. A gente precisa mostrar que a Universidade está próxima à sociedade. Precisamos ampliar essa convivência e ajudar nas políticas públicas. Os alunos precisam da vivência na prática. Além disso, quando a pesquisa aqui tem seus resultados comprovados, ela pode se tornar política pública e é isso o que a Universidade tenta fazer hoje, trabalhando com vários municípios da região.”
Infelizmente, devido à falta de investimentos do Governo Federal, o acordo ainda não foi concluído. Com isso, tanto os animais quanto os trabalhadores permanecem em condições insalubres, agravadas pelo calor e fumaça dos incêndios recorrentes.
Vale lembrar que provocar queimadas em áreas de proteção ambiental é crime, conforme estabelecido pela Lei de Crimes Ambientais (Lei n.º 9.605/1998), com punições que incluem multas severas e, em casos mais graves, detenção de até quatro anos. Além de causar danos irreparáveis ao meio ambiente, esses incêndios afetam diretamente a biodiversidade, agravam as mudanças climáticas e prejudicam a saúde e o bem-estar das populações locais.
A UFRRJ tem reforçado através de seu Reitor Roberto Rodrigues, o seu compromisso com a preservação do meio ambiente e a aproximação com a população de Seropédica, trabalhando para que as futuras gerações possam usufruir de um meio ambiente saudável e equilibrado, ao mesmo tempo em que fomenta a educação e a pesquisa voltadas para o desenvolvimento sustentável da região.
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